O pagamento de R$ 10 mil do advogado Roberto Zampieri a uma sobrinha do desembargador afastado, Sebastião de Moraes Filho, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), seria referente a uma dívida trabalhista, segundo a defesa do magistrado em petição protocolizada junto ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pedindo arquivamento da ação disciplinar e o retorno dele ao cargo.

Leia também
Desembargador diz em defesa que decisões contrariaram interesses de Zampieri e pede retorno ao cargo

“A respeito dos valores destinados à sobrinha do ora Reclamado, é imperioso se destacar que a referida pessoa, anos atrás, trabalhou por um curto período no escritório do Sr. Roberto Zampieri e nunca foi paga pelos serviços prestados, eis que, perceba-se, só paga quem deve algo a alguém”, consta da defesa.

Conforme os argumentos da defesa, Roberto Zampieri decidiu pagar os valores devidos ao ficar sabendo que a sobrinha do desembargador passava por problemas pessoais. Por isso ele teria informado Sebastião de Moraes sobre o pagamento.

“O referido causídico entendeu por realizar o pagamento daqueles valores por força daquela situação pretérita — eis que tinha ciência de que a referida pessoa estava passando por problemas pessoais”, consta do documento.

O pagamento à sobrinha do desembargador foi extraído de conversas entre o advogado e Sebastião de Moraes na investigação sobre o assassinato de Zampieri, vítima de homicídio aos 59 anos de idade, em dezembro de 2023, em frente ao seu escritório, em Cuiabá.
 
A investigação da morte do advogado tramita na 12ª Vara Criminal de Cuiabá e, segundo o Ministério Público do MT, pode ter relação com decisões proferidas pela Justiça de Mato Grosso. Além de Sebastião, o desembargador João Ferreira filho também foi afastado.