A 15ª Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente de Cuiabá vistoriou o Monumento Natural do Morro de Santo Antônio na manhã da última sexta-feira (3), com o objetivo de verificar o real impacto das obras realizadas pelo Governo do Estado na unidade de conservação e se as medidas acordadas na audiência extrajudicial realizada em dezembro de 2024 estavam sendo adotadas.
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A inspeção foi realizada pela promotora de Justiça Ana Luiza Avila Peterlini de Souza, pelo analista engenheiro florestal José Guilherme Roquette e pelo professor Auberto José Barros Siqueira, do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
"Ficamos chocados com o nível de degradação ambiental causado pela obra, notadamente em razão dos inúmeros processos erosivos já existentes. A via aberta coloca em risco a segurança das pessoas em razão da quantidade de pedras e cascalho, tornando o local muito escorregadio", disse a promotora de Justiça.
"O Governo não construiu uma trilha, como informado, mas uma verdadeira estrada, que em muitos locais possui cerca de 10 metros de largura. Além disso, não há sinalização adequada informando a interdição do local, só uma barreira física no início da via para bloquear o acesso de carros, o que não impede a circulação de pessoas, inclusive de bicicletas", contou Ana Luiza Avila Peterlini de Souza.
Conforme a promotora de Justiça, o Centro de Apoio Técnico à Execução (Caex) Ambiental está elaborando um relatório da visita que será anexado ao inquérito civil instaurado para apurar a construção da via de acesso ao Morro de Santo Antônio.
"Vamos buscar a responsabilização dos autores desse dano ambiental de grandes proporções. O Morro de Santo Antônio é uma Unidade de Conservação Estadual da categoria de Proteção Integral, um patrimônio histórico e paisagístico do Estado de Mato Grosso tombado em 2006, e qualquer tipo de obra a ser feita no local deve observar as restrições e limitações previstas em lei", concluiu.