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Quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

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ARMÁRIOS REVIRADOS

Desembargador afastado é acusado de tentar enganar a PF durante operação que investiga venda de sentenças

Foto: Reprodução

Desembargador afastado é acusado de tentar enganar a PF durante operação que investiga venda de sentenças
Um relatório da Polícia Federal enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) aponta que o desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, João Ferreira Filho, suspeito de envolvimento em um esquema de venda de sentenças, teria tentado enganar os agentes durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão em sua residência. A informação foi divulgada pelo jornal A Gazeta neste domingo (22).


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O episódio ocorreu durante a primeira fase da Operação Sisamnes, que apura a venda de decisões judiciais no Tribunal de Justiça. Além de João Ferreira Filho, outro desembargador, Sebastião de Moraes Filho, também foi alvo da investigação. Ambos estão afastados de suas funções por determinação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

De acordo com o relatório da Polícia Federal, ao chegar na casa do desembargador, os agentes tocaram a campainha, mas ninguém atendeu.

“Chamamos um chaveiro e, ao entrar, encontramos ele e a esposa sentados na cama, com os armários todos abertos e revirados”, relataram os policiais.

A Operação Sisamnes avançou na última sexta-feira (20), com a realização da segunda fase, que incluiu novas buscas e medidas cautelares. A ação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Cristiano Zanin, que também determinou o afastamento das servidoras Maria de Lourdes Guimarães Filha, esposa de João Ferreira Filho, e Alice Terezinha Artuso, filha do desembargador.

Segundo a Polícia Federal, Alice Artuso teria movimentado recursos de origem ilícita para adquirir bens de alto valor, atuando como intermediária no suposto esquema. Um dos envolvidos seria o advogado Roberto Zampieri, identificado como sócio de uma empresa que teria repassado R$ 1,8 milhão à filha do magistrado.

Entre as transações suspeitas detectadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), está o pagamento de uma parcela de R$ 25 mil pela compra de uma moto Harley-Davidson, possivelmente em benefício de João Ferreira Filho. Outro indício é o pagamento de um boleto no valor de R$ 275 mil a uma empresa do setor imobiliário, também supostamente em favor do desembargador.
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