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Segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

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OPERAÇÃO RAGNATELA

Alvos de operação por ligação com o CV, "contadora" visitará os pais e ex-assessor vai para retiro religioso

Foto: Reprodução

Alvos de operação por ligação com o CV,
Membros da produtora de eventos G12, empresa constituída pelo Comando Vermelho para camuflar esquema milionário de lavagem de dinheiro via shows nacionais e baladas, em Cuiabá, Rodrigo Souza Leal e Kamilla Beretta Bertoni, alvos da Operação Ragnatela, deflagrada justamente contra tal organização, foram autorizados pela Justiça a viajarem: ela poderá visitar os pais em Santa Catarina, onde eles moram, e ele irá participar de um retiro religioso neste final de semana.


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Ambos chegaram a ser presos quando da deflagração da ofensiva policial, mas foram soltos por força de habeas corpus concedido pelo Tribunal de Justiça. Porém, Kamila e Rodrigo continuarão monitorados por tornozeleira eletrônica enquanto realizam os itinerários.

As informações constam em decisão proferida nesta juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra durante audiência de instrução e julgamento ocorrida nesta terça-feira (3) para inquirir 14 alvos da Ragnatela.

Dentre eles, os réus Elzyo Jardel Xavier Pires, Rafael Piaia Pael e Willian Aparecido da Costa Pereira participaram em sala disponibilizada pela penitenciária de Cuiabá. Joanilson de Lima Oliveira participou por meio da sala na cadeia de Várzea-Grande, enquanto Joadir Alves Gonlçalves e João Lennon Arruda de Souza participaram por intermédio da sala passiva na penitenciária do Rio de Janeiro.

Denunciada pelas investigações por ser “contadora” do CV, Kamila pediu para visitar os pais, que estão com a saúde debilitada, em Santa Catarina, no dia 1 de março de 2025. O requerimento foi concedido.

Em junho, o desembargador Luiz Ferreira da Silva, do Tribunal de Justiça (TJMT), concedeu habeas corpus e mandou soltar o ex-servidor da Câmara Municipal de Cuiabá e promotor, Rodrigo de Souza Leal. Ele foi preso na Operação, que o acusa de ser proprietário do bar Strick Pub, usado pelo CV para promover shows nacionais com intuito de lavar dinheiro do tráfico. Ele também já foi assessor parlamentar do vereador, afastado e investigado, Paulo Henrique de Figueiredo (MDB).

Rodrigo pediu autorização para participar de retiro religioso em Santo Antônio do Leverger, entre esta sexta-feira (6) e domingo (8). O pleito também foi concedido pelo juiz.

Diante dos inúmeros réus, testemunhas e advogados, uma nova audiência foi designada por Jean Garcia de Freitas Bezerra, para a próxima segunda-feira (9).

Denúncia da Ragnatela

O Ministério Público denunciou diversos indivíduos, incluindo integrantes da facção, promoters e agentes públicos, acusados de formar a organização criminosa cujo objetivo seria lavar dinheiro proveniente de atividades ilícitas.

De acordo com as investigações, a organização criminosa era liderada por Joadir Alves Gonçalves, conhecido como "Jogador", "Joga" ou "Veio". Gonçalves recebia grandes quantias em dinheiro dos membros operacionais da facção, Joanilson de Lima Oliveira, conhecido como "Japão", e o empresário João Lennon Arruda de Souza, que atuavam na distribuição de drogas.

Esse dinheiro era então canalizado para a compra de casas noturnas e a realização de eventos, facilitando a lavagem de recursos. O esquema de lavagem de dinheiro envolvia uma divisão clara de tarefas.

Willian Aparecido da Costa Pereira, conhecido como "Gordão", era responsável por repassar o dinheiro para os promoters Rodrigo de Souza Leal e Elzyo Jardel Xavier Pires, que organizavam shows no Dallas Bar e em outras casas noturnas. Para financiar os eventos, Leal e Pires contavam com o apoio do grupo de promoters G12 Eventos.

Após a realização dos shows, o lucro era dividido proporcionalmente entre os membros do G12 e os integrantes do Comando Vermelho, com a plena consciência de todos os envolvidos.

As investigações revelaram o uso de depósitos fracionados para evitar a identificação dos depositantes e a origem ilícita dos valores. Além disso, estratégias como transferências de dinheiro em espécie e o uso de empresas de fachada eram utilizadas para ocultar as transações ilegais.
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