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Segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

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APESAR DO ALÍVIO, FAMÍLIA ROGA JUSTIÇA

Após 15 anos, comerciante envolvido no assassinato de esposa tem júri marcado

Foto: Arquivo

Sílvia Letícia

Sílvia Letícia

Quase 15 anos após o brutal assassinato de Sílvia Letícia Reis Gomes Pereira, ocorrido em 9 de abril de 2009, na cidade de Peixoto de Azevedo, a Justiça de Mato Grosso marcou a data que para um dos acusados sentar no banco dos réus. O comerciante Willian Cesar Gomes Pereira, ex-marido da vítima, será julgado pelo Tribunal do Júri no dia 10 de abril de 2025, às 8h, por ordem do juiz João Zibordi Lara, emanada pela 2ª Vara do município nesta terça-feira (3).


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Inconformado com a demora no processo, um familiar de Sílvia procurou o Olhar Jurídico no mês de setembro para denunciar os longos anos de atraso, suplicando para que a justiça seja feita.

Com a designação do júri, a sensação da família foi de alívio: “estamos nos sentindo aliviados. Esperamos que a justiça enfim seja feita. É difícil pensar que após tanto tempo ele ainda pode ser absolvido, mas como sempre fizemos vamos entregar nas mãos de Deus e confiar que a justiça irá prevalecer”, disse o familiar que procurou o site.
 
Os acusados, Willian Cézar Gomes Pereira, ex-marido de Sílvia, e Luiz Marques Pereira Alves, conhecido como "Meio Kilo", foram pronunciados em 2022 para serem julgados pelo Tribunal do Júri. No entanto, sucessivos recursos das defesas têm arrastado o processo, impedindo que os responsáveis pelo homicídio sejam julgados e punidos.

Um dos andamentos mais recente do caso trata-se de um recurso movido pela defesa de Meio Kilo contra a pronúncia, o qual já recebeu manifestação negativa do Ministério Público ainda em setembro. Para o procurador José Norberto de Medeiros Júnior, o Tribunal de Justiça (TJMT) deveria manter o júri contra ambos acusados.

Ainda em setembro, a Corte negou o pedido e validou a pronúncia de Meio Kilo, mas sua defesa de já agravou o acórdão, tentando submeter o caso ao STJ. O TJ aguarda as contrarrazões ministeriais para julgar o agravo. Foi então que, neste meio tempo, a Justiça marcou a data para julgar Willian.

O crime 

Na noite de 9 de abril de 2009, Sílvia Letícia foi assassinada a tiros em frente à sua casa, no Bairro Alvorada. De acordo com a denúncia, Willian Cézar, então marido da vítima, teria encomendado o crime ao comparsa Luiz Marques, em troca de uma recompensa financeira. O motivo? Um seguro de vida no valor de R$183.000,00, do qual Willian era um dos beneficiários.

Enquanto a vítima, mãe de dois filhos, chegava em casa, foi surpreendida pelos disparos que tiraram sua vida, sem que tivesse qualquer chance de defesa. A investigação revelou trocas de mensagens e ligações entre os acusados na noite do crime, evidenciando o planejamento minucioso do homicídio.

Processo se arrasta

Desde a denúncia formalizada pelo Ministério Público, o processo enfrentou diversas dificuldades, incluindo atrasos causados por diligências e perícias, além de manobras jurídicas por parte dos advogados dos réus, que teriam contribuído para a lentidão do andamento do caso.

Embora a sentença de pronúncia tenha sido proferida em maio de 2022 pelo juiz Evandro Juarez Rodrigues, as defesas têm interposto recursos que impedem a realização do julgamento, que sequer tinha uma data prevista para ocorrer. Agora, há uma data para julgar Willian, ao passo que o agravo de Meio Kilo ainda deverá ser examinado antes de haver uma designação para o seu júri.
 
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