A 1ª Vara Cível de Cuiabá aceitou o Plano de Recuperação Judicial e publicou a relação de credores dos Martelli, família de produtores de soja, milho e algodão em Mato Grosso que renegocia junto à Justiça dívidas de R$244 milhões. Veja a lista completa ao final da matéria.
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Dentre os maiores valores do passivo, destacam-se os mais de R$ 18.3 milhões com a Caixa Econômica Federal, e os mais de R$ 25,9 milhões junto à Cooperativa de Crédito Sicoob Engecred.
O grupo familiar acionou a justiça no início de dezembro de 2023 alegando que sua crise começou após três quebras de safras causadas por questões climáticas e doenças que acometeram as lavouras de soja.
Com três mil hectares de terras próprias e mais 2,8 mil hectares de terras arrendadas para cultivar soja, milho e algodão, o grupo familiar visa se restabelecer economicamente e a juíza Anglizey Solivan de Oliveira nomeou para realização da verificação prévia, a empresa FAF Administração Judicial e Consultoria.
No pedido, a família composta pelo produtor rural Altivir José Martelli e seus filhos Willian Paulo Martelli e André Luiz Martelli, que possuem atividades em Nova Maringá e São José do Rio Claro, alegam que a crise se agravou a partir de 2020, com o surgimento da doença conhecida como anomalia da soja, que ocasionou a perda de quase 30% da produção naquele ano.
Além disso, nas duas safras seguintes, com a instabilidade do mercado durante a pandemia, e o alto custo de produção, além da escassez de chuva no início da plantação e excesso durante a colheita, houve perda de peso e qualidade da produção.
A quantidade de pedidos de recuperação em Mato Grosso, sobretudo no setor do agronegócio, cresceu exponencialmente em 2023 e, com a quebra de safra já dada como certa de 20% a 30%, para o próximo ano, essa tendência é aumentar.
A defesa deles afirma que a projeção do lucro da produção, por si só, não permitirá o reequilíbrio natural das dívidas, devendo haver desmobilização para equacionar o passivo com os credores em um ambiente negocial mais equilibrado.
"Atualmente, mesmo com todas as dificuldades no cenário econômico, o Grupo se encontra em plena atividade, com mais de 50 funcionários diretos e inúmeros indiretos, gerando empregos e renda, porém com descasamento entre patrimônio e caixa. O grupo necessita o amparo da Lei de Recuperações Judiciais para se manter no mercado, e alavancar sua atividade novamente dentro de um cenário mais estável e regularizado, equilibrando seu passivo circulante com ativo", ponderou Allison Sousa.
Foi então que, no dia 15 de dezembro do ano passado, a juíza Anglisey Solivan de Oliveira, da 1ª Vara Cível de Cuiabá, deferiu o pedido de recuperação judicial.
Confira aqui a lista de credores