O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu a regulamentação das grandes plataformas digitais durante cerimônia na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), em que se comemorou os 35 anos da Constituição do estado. Ministro alertou sobre os perigos da manipulação algorítmica.

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Moraes destacou o impacto econômico, político e social dessas empresas, apontando a necessidade de criar um marco regulatório que proteja a democracia.

"Essa falta de regulamentação das redes sociais nos levou a fornecer, de graça, o maior banco de dados da história da humanidade para as big techs. Tirando a nossa própria mãe, ninguém sabe mais sobre nós do que essas empresas. Elas sabem o que você come, o que você bebe, os remédios que você usa, suas opiniões, o que você veste. E direcionam algoritmos para manipular escolhas, começando pelo consumo e avançando para o campo político”, afirmou nesta segunda-feira (18).

Moraes destacou que o uso das redes sociais, inicialmente associado à promoção da liberdade de expressão, foi atraído por interesses econômicos e políticos.

"Grupos econômicos perceberam que podiam usar os dados para direcionar seus algoritmos. No início, era para vender produtos, mas depois trocaram o nome de consumidor pelo de eleitor, e passaram a influenciar o poder político, criando divisões e ódio”, explicou.

Ele também mencionou casos de manipulação de informações em processos eleitorais e a disseminação de fake news.

"As redes sociais não são culpadas por si só. Elas não pensam. Quem pensa são os humanos por trás, que sem nenhuma transparência nos algoritmos, promovem uma verdadeira lavagem cerebral nas pessoas, gerando um ambiente de ódio", relatou.

"Não há setor na história da humanidade que afete tantas pessoas e não tenha sido regulamentado. Por que as big techs não querem ser regulamentadas? Porque faturam economicamente e ganharam um poder político e geopolítico sem precedentes. Quem acredita na democracia, seja liberal, conservador, de esquerda ou de direita, não pode permitir que essa manipulação continue”, completou.