O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que educação e regulamentação das redes sociais são os meios mais eficazes para combater episódios como o atentado cometido por Francisco Wanderley Luiz, que tentou explodir o prédio da Corte, em Brasília, na última quarta-feira (13).
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Em Cuiabá para receber título de cidadão mato-grossense e participar de Seminário que celebra os 35 anos da constituição do Estado, Moraes conversou com a imprensa na manhã desta segunda-feira (18), ao lado de Gilmar Mendes e Flávio Dino.
Para Moraes, que também foi o relator dos inquéritos contra os atos golpistas do 8 de janeiro, e tem sido alvo central da extrema-direita do país, como é o caso de Francisco Wanderley, que pretendia matá-lo, combater esse tipo de episódio e comportamento requer educação e regulamentação.
Na sua avaliação, é essencial educar as pessoas, sobretudo as novas gerações, para que percebam que as redes sociais e as “big techs” não são “terras sem lei”. Para Moraes, o que não pode ser feito na vida real, não pode no mundo virtual.
“Então educação e regulamentação. O Brasil precisa, já há algum tempo, regulamentar as redes sociais. Ano passado a união europeia aprovou duas leis detalhadas sobre regulamentação das redes sociais, sobretudo quanto percebeu o aumento de suicídio de adolescentes, ataques à democracia, discursos de ódio. Então é importante, além da educação, a regulamentação”, avaliou.
Conhecido como “Tio França”, Francisco Wanderley Luiz é de Santa Catarina e foi derrotado nas eleições para o cargo de vereador, pelo Partido Liberal. Na última quarta-feira (13), ele jogou bombas em direção à marquise da corte e, na sequência, colocou outro artefato no chão e deitou ao seu lado até a explosão. Ele morreu no local.
No mesmo momento, um outro artefato explodiu dentro de um carro no estacionamento do anexo IV da Câmara dos Deputados. O veículo pertencia a Wanderley.
O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal, disse na quinta-feira (14) que atentados como o praticado pelo homem são incentivados pela naturalização de ataques à democracia e à corte.