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Sábado, 07 de dezembro de 2024

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Em avaliação sobre morte, Mendes cita discurso de ódio e crimes do 8 de janeiro: 'não é um fato isolado'

Foto: Reprodução

Em avaliação sobre morte, Mendes cita discurso de ódio e crimes do 8 de janeiro: 'não é um fato isolado'
O ministro Gilmar Mendes, mato-grossense que ocupa vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), comentou nesta quinta-feira (14) as explosões ocorridas na região da Praça dos Três Poderes, em Brasília. Segundo Gilmar Mendes, o atentado não é um fato isolado.


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Na quarta (14), Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, disparou uma série de artefatos na área em frente ao Supremo Tribunal Federal e morreu no local, em seguida, após ser atingido por uma das explosões.
 
“A explosão de um carro nas proximidades da Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal e a tentativa de um homem que veio a falecer a atingir a corte com explosivos configuram mais um ataque às instituições democráticas de nosso país. Em redes sociais, ao que se diz, o cidadão atacava o Supremo e difundia teorias da conspiração contra autoridades, deixando claras as suas intenções”, afirmou Gilmar Mendes.
 
Ainda segundo Mendes, a reconstrução histórica dos últimos acontecimentos nacionais demonstra que o ocorrido não é um fato isolado. “Muito embora o extremismo e intolerância tenham atingido o paroxismo em 8 de janeiro de 2023, a ideologia rasteira que inspirou a tentativa de golpe de Estado não surgiu subitamente. Pelo contrário, o discurso de ódio, o fanatismo político e a indústria de desinformação foram largamente estimulados no governo anterior”.
 
Sem dizer o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Mendes prosseguiu criticando posicionamentos extremistas. “Fruto de um sectarismo infértil, o radicalismo político graçou nas eleições de 2018, em uma campanha caracterizada pela ampla utilização das redes sociais para a difusão de ódio, ataques pessoais e fake news”.
 
“Com o encerramento das eleições e a instalação de um novo governo em 2019, essa estratégia influenciou não apenas a comunicação oficial do Palácio do Planalto, como também o discurso dos apoiadores, que radicalizaram o debate político mediante criminalização da oposição, desprezo à alteridade e ataques sistemáticos às instituições de controle que cerraram fileiras contra essas práticas, como a Justiça Eleitoral e a Suprema Corte”, argumentou Mendes.
 
O ministro avaliou ainda que símbolos e feriados nacionais foram sequestrados com objetivos eleitorais a ponto de, em 2021, a comemoração do 7 de setembro ter sido utilizada para a realização de ameaças ao STF.
 
“Os últimos anos foram diversos atentados contra as instituições de Estado e os valores centrais da democracia, praticados pessoalmente por expoentes da extrema-direita ou por cidadãos, como de ontem, inspirados por  essas lideranças. Tais eventos deixaram marcas indeléveis na história brasileira, projetando efeitos transversais em nosso sistema político”.
 
Conforme o membro do STF, situações antes inimagináveis passaram ia compor o cotidiano da política nacional. “Tal tem sido a frequência dos abusos, que a consciência crítica da sociedade parece ter ficado um pouco anestesiada com tamanha desordem”.
 
O corpo de Francisco Wanderley Luiz só foi retirado do local na manhã desta quinta, 13 horas após as detonações. Até o fim da manhã, policiais ainda detonavam artefatos e pacotes suspeitos encontrados em um trailer próximo à Esplanada dos Ministérios e na casa alugada pelo homem no DF.
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