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Quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

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INDÍCIOS DE CONTRABANDO

Presa acusada de liderar esquema de pirâmide, empresária será julgada pela Justiça Federal

Foto: Reprodução

Presa acusada de liderar esquema de pirâmide, empresária será julgada pela Justiça Federal
A juíza Débora Roberta Pain Caldas, da 2ª Vara Criminal de Sinop, declinou à Justiça Federal a ação instaurada contra Taiza Tossat e seu companheiro, Wander Aguilera Almeida, presos nesta quinta-feira (31) no âmbito da Operação Cleópatra, deflagrada pela Polícia Civil por meio da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon). A ação, que aponta Taíza como líder do esquema, tem como alvo fraudes de pirâmide financeira que teria causado prejuízos de, até o momento, R$ 2,5 milhões a dezenas de vítimas em Cuiabá e outras cidades de Mato Grosso.


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O declínio foi decretado porque a juíza Caldas identificou indícios de que Taiza e Wander teriam cometido contrabando e, por isso, em conformidade com jurisprudência do STJ, a competência para análise e julgamento desse crime é da Justiça Federal, independentemente da transnacionalidade da conduta.

Os dois passariam por custódia nesta sexta-feira (1), contudo, como o Judiciário está atuando em regime de plantão, não houve tempo hábil e, portanto, será a Esfera Federal que procederá com a custódia.

“Dessa forma, declino a competência e determino a remessa dos autos à Subseção Judiciária da Justiça Federal de Mato Grosso instalada nesta Comarca, competente para análise e julgamento do crime de contrabando e dos delitos conexos, bem como para a realização da audiência de custódia. Com as providências tomadas, procedam-se às baixas e anotações de vezo nesta Vara Criminal, inclusive quanto à distribuição”, decidiu Caldas.  

Durante as buscas e apreensões realizadas na residência de Taiza, situada num condomínio de luxo em Sinop, os agentes da Polícia Civil encontraram cheques em nome das vítimas do esquema capitaneado por ela, totalizando R$ 419 mil, veículos, moto da marca BMW, joias, anabolizantes e munições.

Taiza foi presa nesta quinta apontada como a líder do esquema e foi detida ao desembarcar no aeroporto de Sinop, após uma viagem ao Nordeste do país. No seu depoimento, ela ficou em silêncio sobre os indícios que resultaram na ação.

Na sua residência, os policias apreenderam sete cheques que totalizaram R$ 419 mil, cheques em branco, colares em ouro e prata, relógios Swarovski, Jeep Renegade, moto da BMW, cartões, frascos e mais frascos de anabolizantes proibidos no Brasil, três notebooks, celulares, 17 pen drives, munições calibre .357 de uso restrito.

Ela se apresentava nas redes sociais como uma jovem e bem-sucedida especialista em investimentos, prometendo lucros exorbitantes de 2% a 6% ao dia, dependendo do valor investido. Com esses argumentos, a empresária convencia as vítimas a realizar aplicações iniciais superiores a R$ 100 mil em ações, entrando em um esquema de pirâmide financeira.

Inicialmente, as vítimas recebiam o retorno financeiro prometido e eram incentivadas a investir novamente. No entanto, após alguns meses, os pagamentos cessaram, e Taiza passou a inventar justificativas até parar de responder às vítimas, que começaram a perceber o golpe.

Além de Taiza Tossat, a operação tem como alvos um médico e um ex-policial federal, que, segundo as investigações, colaboravam com o esquema.

O ex-policial, ex-marido da empresária, atuava como gestor de negócios, enquanto o médico exercia a função de diretor administrativo na empresa DT Investimentos. Juntos, eles formavam o grupo criminoso que impactou o planejamento financeiro de diversas famílias, incluindo amigos e parentes dos próprios envolvidos.

As ordens judiciais da operação incluíram o cumprimento de seis mandados de busca e apreensão e o bloqueio de bens e valores dos investigados nas cidades de Cuiabá, Jaciara, Rondonópolis e Sinop.
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