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Sexta-feira, 18 de abril de 2025

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ORDEM DE ZANIN

Após 'Iphone bomba' revelar possível esquema no TJ, caso Zampieri passa a tramitar em sigilo no STF

Foto: Reprodução

Após 'Iphone bomba' revelar possível esquema no TJ, caso Zampieri passa a tramitar em sigilo no STF
Os processos do “Caso Zampieri”, que tramitavam no Tribunal de Justiça (TJMT) agora prosseguirão no Supremo Tribunal Federal (STF), por ordem do ministro Cristiano Zanin, proferida nesta terça-feira (29). Um deles tramitava no Núcleo de Inquéritos Policiais de Cuiabá e o outro na 12ª Vara Criminal da capital. O advogado Roberto Zampieri foi assassinado em dezembro de 2023, na capital, enquanto deixava o seu escritório. Dados extraídos do seu celular revelaram que um esquema de venda de sentenças, disputas por terras e “lobismo” na Corte Estadual giram em torno do crime.


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Zanin determinou a imediata remessa ao STF dos autos correlatos, mídias (incluindo-se cópias e espelhamentos), celulares, tablets, dispositivos eletrônicos e outros meios de prova. Desta forma, os andamentos relacionados às investigações citadas tramitarão na Suprema Corte, onde serão examinados requerimentos e petições.

O envio dos processos ao STF, segundo Zanin, tem como objetivo “permitir a análise dos feitos que devem tramitar nesta Suprema Corte de acordo com a competência estabelecida na Constituição Federal e nas causas de modificação de competência previstas em lei”. O magistrado também encaminhou os autos à Polícia Federal, para que a corporação tenha ciência dos elementos informativos e processuais coletados, bem como para que apresente a manifestação que entenda cabível.

Após o assassinato, o celular de Zampieri, vulgo “Iphone Bomba”, revelou uma série de questões envolvendo sua atuação perante o Tribunal de Justiça (TJMT), sobretudo com os desembargadores João Ferreira Filho e Sebastião de Moraes, ambos afastados em agosto pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), por suspeita de “venderem” sentenças.

Na última quinta-feira (24), a Operação “Ultima Ratio” afastou cinco desembargadores do Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul, por suspeita de corrupção e venda de sentenças. A ação mirou também o empresário e lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, alvo de buscas na capital, no condomínio de luxo Alphaville.  Andreson também aparece trocando diversas mensagens incriminadoras com Zampieri. O caso, inclusive, resvalou em assessores e ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Na decisão, Zanin cita que o STJ enviou as investigações ao STF. “Nada a prover quanto à petição da Procuradoria-Geral da República, tendo em vista as certidões lavradas neste Gabinete atestando o cumprimento, por parte do Superior Tribunal de Justiça, das requisições determinadas por este Relator.

No CNJ, as investigações tramitam em sigilo, mas apontam que Sebastião de Moraes e João Ferreira Filho julgavam em conjunto com os interesses, supostamente, “lobistas” de Zampieri. Numa das conversas reveladas entre Zampieri e Moraes, há citação a possível recebimento de barras de ouro dadas pelo advogado ao desembargador.

 Decisão da Corregedoria que afastou Sebastião de Moraes está relacionada à investigação dos vínculos mantidos entre o desembargador com o advogado Roberto Zampieri, vítima de homicídio aos 59 anos de idade, em dezembro do ano passado, em frente ao seu escritório, em Cuiabá.
 
A investigação da morte do advogado tramita na 12.ª Vara Criminal de Cuiabá e, segundo o Ministério Público do MT, pode ter relação com decisões proferidas pela Justiça de Mato Grosso. Além de Sebastião, o desembargador João Ferreira filho também foi afastado.
 
Há indícios de que os magistrados mantinham amizade íntima com o falecido advogado Roberto Zampieri – o que os tornaria suspeitos para decidir processos patrocinados por ele – e recebiam vantagens financeiras indevidas e presentes de elevado valor para julgarem recursos de acordo com os interesses de Zampieri.
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