O novo desembargador do Tribunal de Justiça, Wesley Sanchez Lacerda, refutou que sua escolha tenha sido por “cartas marcadas”, uma vez que seu nome já havia sido ventilado e até defendido por outros magistrados. A alegação cai por terra, uma vez que essa é sua segunda tentativa na disputa, uma vez que na primeira, ano passado, o governador Mauro Mendes escolheu Marcos Regenold para a vaga, apensar de Sanchez ter sido o mais votado.
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Em dezembro do ano passado, três nomes do Ministério Público foram escolhidos pelo Tribunal para pleitearem o desembargo: Wesley Sanchez Lacerda, com 29 votos, Eunice Helena Rodrigues, com 28 e Regenold, com 22. Apesar de Lacerda ser o mais votado pelos magistrados da Corte, o governador Mauro Mendes, a quem cabe a definição final, escolheu Regenold.
“Tanto não é carta marcada que esse foi o segundo processo que eu passei. Exatamente no ano passado, no final do ano passado, eu cheguei com a unanimidade do tribunal, eu tenho duas unanimidades do tribunal e mesmo assim não fui escolhido”, disse.
Lacerda ainda confessou que houve pressão para que ele cedesse e desistisse de pleitear a vaga. Após ser empossado, nesta quinta-feira (24), ele disse à imprensa que lhe pressionaram para que ele deixasse a disputa em prol de uma bandeira a favor da inclusão das mulheres. Contudo, ele refutou que tenha lutado contra a paridade de gênero e lembrou, inclusive, que a lista sêxtupla foi formulada com apenas ele de homem e outras cinco mulheres.
“Na verdade, isso veio inclusive da própria imprensa, que me chegou ao meu conhecimento, que até determinados repórteres falavam que me recomendando, sem me conhecer, sem saber da minha vida, do meu trajeto funcional, dos meus projetos familiares, que eu desistisse da minha candidatura em prol de uma bandeira a favor da inclusão das mulheres. Eu jamais fui contra isso. Isso aí não tem nada a ver com paridade de gênero, uma escolha dessa, que é uma escolha de sair de uma carreira. Então isso é uma decisão pessoal que a gente tem, que a gente toma dentro de casa, discute com a família. Isso é um processo político, não tem nada a ver com paridade de gênero. E até porque a lista sexta que veio do Ministério Público foi uma lista com um homem e cinco mulheres”, disse.
Após seis anos de advocacia, 24 anos de atuação no Ministério Público, três pós-graduações, um mestrado e um doutorado em universidades federais, Lacerda alçou o grau máximo do Poder Judiciário Estadual e ascendeu ao desembargo do TJMT.
“Acho que o governador analisou o edifício da minha vida funcional e optou. Se eu sou o melhor ou não, eu não posso dizer. Acho até que sou o pior, mas ele pensou diferente de mim”, completou.
Com a nomeação de Sanchez, Mauro Mendes chegou à terceira escolha de um desembargador do TJMT durante sua gestão. Antes de Wesley, Mauro escolheu Marcos Regenold, pelo MP, e o advogado Hélio Nishyiama, pela OAB. Ambas as vagas fazem parte das 9 novas criadas pelo Judiciário.
Em 2025, Mauro alcançará cinco nomes, pois definirá os nomes que preencherão os cargos atualmente ocupados por Guimar Teodoro Borges e Luiz Ferreira da Silva. Eles completarão 75 anos, idade limite para manutenção no cargo.
