A defesa do coronel do Exército, Etevaldo Caçadini, preso enquanto aguarda julgamento pela acusação de ter financiado do assassinato do advogado Roberto Zampieri, em dezembro de 2023, se manifestou nos autos da ação pedindo a nulidade de todos os atos da instrução processual, com sua respectiva renovação, sustentando que não teve acesso e não foi intimada da decisão que “destravou” o celular da vítima às partes envolvidas.
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Sarah Quinetti, advogada que representa Caçadini, conhecida como “Rainha do HC”, alega que o exercício da ampla defesa está sendo prejudicado por não ter tido acesso amplo ao celular de Zampieri, classificado como “Iphone Bomba” pelos dados que contém.
Além disso, informou que não foi intimada da decisão do Corregedor-Geral da Justiça, desembargador Juvenal Pereira, responsável por “destravar” o Iphone Bomba, garantindo as partes envolvidas o acesso total aos seus dados.
“Por todo o exposto, restado demonstrado que a defesa do acusado sempre pleiteou acesso aos dados do aparelho do celular da vítima e diante da ausência de intimação da decisão do Corregedor-Geral de Justiça, requer sejam declarados nulos todos os atos da instrução processual, e com a superveniente renovação dos atos”, sustentou nesta quarta-feira (25).
Em ato ordinário praticado no processo nesta quinta-feira (26), o gestor da secretaria da 12ª Vara Criminal anotou que a decisão que autorizou o acesso, proferida pela juíza Anna Paula Gomes de Freitas no último dia 18, foi devidamente publicada no diário oficial disponibilizado no dia 19, contudo, até o momento, nenhum advogado compareceu à secretaria visando obter o conteúdo referente à extração de dados do celular da vítima.
Vale lembrar que, quando autorizou as partes acessarem os dados, a juíza Anna Paula chamou atenção de Sarah, anotando que o pedido tinha cunho protelatório, uma vez que o processo está na fase final antes da sentença de pronúncia e que os dados já estavam disponíveis.
“A Defesa de Etevaldo Caçadini, mesmo tendo formulado inúmeros requerimentos, inclusive, de somenos importância para o andamento da marcha processual, tal como a transferência do processado do 44º Batalhão localizado nesta capital Mato-grossense para o Comando da 4ª Região Militar na capital Mineira, não apresentou qualquer insurgência ou requerimento de acesso aos dados extraídos do aparelho celular do ofendido, deixando para formular tal pleito, Quiçá de forma proposital, após o encerramento da fase instrutória, quando já deveria ela apenas e tão somente apresentar seus memorais”, anotou a magistrada.
Na manifestação, Sarah Quinetti nega qualquer intenção de arrastar o processo, alegando que já havia informado nos autos a importância de acessar o “Iphone Bomba”.