Atualizada às 9h20 do dia 11/09/2024 - A advogada Sarah Quinetti, que se intitula como a “Rainha do HC”, sofreu derrota na ação penal da morte do advogado Roberto Zampieri, 56 anos. A causídica solicitou, de forma oral, após depoimento de um dos acusados do caso, prisão domiciliar para o seu cliente, o coronel do Exército Brasileiro Etevaldo Caçadini, acusado de participação no crime. No entanto, a solicitação foi negada pela
juíza Anna Paula Gomes de Freitas, da 12ª Vara Criminal.
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Inicialmente, a reportagem publicou que a advogada teve dois pedidos negados em menos de 6 horas. Porém, o pedido de prisão domiciliar foi assinado no dia 3 de setembro pelo advogado Jayme Rodrigues de Carvalho Júnior, que também é da equipe jurídica de Caçadini, que atualmente se encontra preso
no 44º Batalhão de Infantaria Motorizado, de Cuiabá.
A solicitação assinada por Jayme foi negada às 10h42 (horário de Mato Grosso) de terça-feira (10). Horas depois, após o depoimento de Hidelerson Fialho Martins Barbosa - réu na ação penal - a advogada reiterou o pedido de forma oral. A magistrada alegou não ter fatos novos e novamente negou o pedido.
No dia 23 de julho, o juiz Jorge Alexandre Martins Ferreira, que à época era titular da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, já havia negado pedido de prisão domiciliar e a transferência do militar para Minas Gerais. Na sua decisão, o magistrado justificou que não foi comprovada debilidade extrema no seu quadro de saúde e, com isso, o magistrado negou o pedido. Decisão foi proferida nesta terça-feira (23), um dia após a primeira audiência de instrução e julgamento do caso.
O caso
Com o término do depoimento complementar, a juíza deu 15 dias para que a defesa dos réus apresente os memoriais finais, fase que antecede a prolação da sentença de pronúncia, a qual deverá submeter os envolvidos na morte de Zampieri ao Tribunal do Júri.
Zampieri foi assassinado no dia 5 de dezembro de 2023, com pelo menos dez tiros, disparados por Antônio Gomes da Silva, o qual foi contratado por Caçadini a mando do produtor rural Aníbal Laurindo (que está sendo monitorado por tornozeleira). Hedilerson seria o responsável por estabelecer a ligação entre Antônio e os mandantes.
De acordo com as investigações, o mandante do crime é o produtor rural Aníbal Manoel Laurindo e o coronel do Exército Etevaldo Caçadini, acusado de financiar o crime. As provas foram insuficientes para indiciar Elenice.
Segundo apurado pelo Olhar Direto, o delegado Nilson Farias comprovou o nexo entre Aníbal e Caçadini, e o vínculo destes com os executores, Antônio Gomes da Silva, suspeito de ter atirado contra o advogado, Hedilerson Fialho Martins Barbosa, responsável por ter contratado Antônio para o assassinato.
Nilson Farias ainda apontou a principal motivação para o crime: Aníbal Manoel Laurindo acreditava na existência de proximidade “obscura” entre a vítima e um desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso.
O Olhar Direto já havia noticiado que a Polícia Judiciária Civil investigava se decisão do desembargador Sebastião de Moraes Filho teria sido o “estopim” da execução.
Aníbal estaria envolvido em ação que discutia posse de uma área rural com mais de 4 mil hectares. Ele teria sido atingido por decisão para desocupação sobre terceiros.
Posteriormente, conseguiu suspender temporariamente a desocupação junto ao Tribunal de Justiça (TJMT). Anibal teria, no âmbito de um recurso interposto na Corte, arguido a suspeição do desembargador Sebastião, por supostas relações com o advogado Roberto Zampieri.
Acolhida a exceção de suspeição pelo próprio desembargador, este viu por bem revogar a decisão que impedia a imediata imissão na posse da propriedade pertencente ao investigado Anibal, o que, segundo a Autoridade Policial, teria sido o estopim da ordem para execução da vítima.