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Quarta-feira, 09 de outubro de 2024

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ARCA DE NOÉ

Para se livrar de 83 ações, ex-chefe de gabinete de Riva confessa improbidade e vai devolver R$ 600 mil

Foto: Gilberto Leite/RDNews

Para se livrar de 83 ações, ex-chefe de gabinete de Riva confessa improbidade e vai devolver R$ 600 mil
Ex-chefe do gabinete de Riva na Assembleia Legislativa, Geraldo Lauro reconheceu que praticou improbidade administrativa na condição de servidor e firmou acordo com o Ministério Público, se comprometendo a pagar uma bolada para se livrar das sanções cíveis das 83 ações que responde na Justiça, a maioria delas derivadas da Operação Arca de Noé. Lauro também perdeu os direitos políticos por 10 anos.


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A Arca de Noé é considerada a maior operação de Mato Grosso e investigou os crimes de organização criminosa, operação ilegal de instituição financeira, lavagem de dinheiro e evasão de divisas na Assembleia, que teriam sido liderados pelos ex-deputados José Riva e Humberto Bosaipo.

Na condição de chefe de gabinete de Riva, Geraldo Lauro já foi, inclusive, condenado criminalmente no âmbito da operação, em um dos 83 processos derivados. Em um deles, a Câmara Criminal do Tribunal de Justiça reduziu sua pena de 15 para 11 anos em regime semiaberto. Em outro, teve a penalidade reduzida para seis anos.

No esquema, Lauro era o responsável pelo setor de patrimônio da ALMT, com poderes para dizer quais eram as necessidades do legislativo, e aproveitou dessa atribuição para promover desvios em benefício próprio e em benefício de Riva e Bosaipo.

Diante disso, para se livrar dos 83 processos cíveis que responde por improbidade administrativa, ele se comprometeu a devolver R$ 600 mil em dez anos, pagos em 120 parcelas. Uma das cláusulas do acordo também prevê a possibilidade de ele executar a não persecução a partir da venda de um imóvel.

Ele também perdeu os direitos políticos por 10 anos. Em caso de eventual descumprimento, total ou parcial, ou da rescisão do acordo, o Ministério Público utilizará os elementos de convicção fornecidos por Lauro em desfavor tanto dele próprio, bem como dos demais atores processuais, incluindo a confissão e o reconhecimento da procedência dos pedidos.

Os supostos crimes teriam ocorrido entre 2002 e 2007 e foram denunciados pelo MPE. Durante a deflagração, o ex-bicheiro João Arcanjo foi preso, na condição de dono da Confiança Factoring, empresa de fomento mercantil usada pelo esquema para desviar os recursos da casa de leis.

Pelo menos 19 empresas fantasmas foram criadas no esquema, que tinha objetivo de desviar dinheiro na ALMT. Somente por meio delas, o montante surrupiado dos cofres públicos alcançou os R$ 45 milhões. Por meio de cheques assinados em nome da casa de leis, os deputados pagavam essas empresas que, por sua vez, jamais devolveram os serviços contratados e, com isso, recebiam de volta os valores investidos nas fraudes.
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