Olhar Jurídico

Quinta-feira, 18 de abril de 2024

Notícias | Criminal

morte de agente

Celulares apreendidos: polícia cita negociação por arma e questiona versão de Paccola sobre legítima defesa

Foto: Reprodução

Celulares apreendidos: polícia cita negociação por arma e questiona versão de Paccola sobre legítima defesa
Requerimento da Polícia Civil pela busca e apreensão de celulares em face do vereador em Cuiabá, Marcos Paccola, visa apurar a motivação do crime que vitimou o agente socioeducativo Alexandre Miyagawa de Barros, ocorrido no dia 1º de julho, por volta das 19h15, em via pública do bairro Quilombo, em Cuiabá. A versão dada por Paccola, de que atirou para assegurar suposta proteção a uma mulher (namorada de Myagaya), está sendo confrontada frente a outras informações colhidas.

Leia também 
MP afirma que morte de agente tem 'feição de execução'; Paccola transforma vítima em 'única responsável por sua morte'

 
Polícia Civil aponta que, de acordo com informação veiculada na mídia pelo Presidente do Sindicato dos Agentes do Sistema Sócio-Educativo do Estado de Mato Grosso, a vítima teria adquirido uma arma de fogo do próprio Paccola. O irmão de Myagaya apresentou nota fiscal da arma de fogo.
 
Ainda segundo a Polícia Civil, Paccola, a vítima e Janaina Maria Santos Cícero de Sá, namorada da vítima, se conheciam. “Logo, torna-se imprescindível a busca e apreensão do(s) aparelho celular do representados, a fim de que a autoridade policial possa, a partir dos indício obtidos com a medida constritiva, obter dados úteis à investigação para o cabal esclarecimento dos fatos e verificação de eventual motivação delitiva diversa da alegada pelo representado”, diz trecho dos autos.
 
 Busca
 
Justiça acolheu parcialmente requerimento efetuado pelos promotores de Justiça que integram o Núcleo de Defesa da Vida do Ministério Público do Estado de Mato Grosso e determinou a apreensão de todos os aparelhos celulares do vereador Marcos Paccola. Na mesma decisão, o juiz negou o pedido para prisão preventiva do investigado. Requerimento no mesmo sentido também foi feito pelos delegados da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
 
O mandado de busca foi cumprido na residência do investigado e apreendidos dois aparelhos celulares. Para fundamentar o pedido de prisão, na representação encaminhada ao Poder Judiciário, os promotores de Justiça destacaram que o vereador é réu em ação penal após ter sido denunciado por envolvimento em organização criminosa que operacionalizou fraude nos registros da Polícia Militar e em certificados de registros de arma de fogo. A ação, segundo consta na representação, teve como objetivo interferir na “Operação Mercenários”, deflagrada em virtude do envolvimento de militares na prática de crimes contra a vida de dezenas de pessoas.

Sustentaram ainda a existência de evidências que apontam para a intenção de autopromoção. Os promotores de Justiça enfatizaram que o uso político do episódio encontrou amparo nas manifestações públicas do investigado. “Além de reforçar a bandeira que defende em torno do uso de armas de fogo, o Representado passou a atacar a imagem da vítima, fazendo-a vilã e única responsável por sua morte. Também passou a encampar campanha autopromocional às custas do evento delituoso, reforçando a tese defensiva de ato de heroísmo dirigido a evitar um suposto feminicídio. Tudo dirigido à sociedade, juiz natural da causa e genuína detentora do poder de julgar os crimes dolosos contra a vida”.
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui

Comentários no Facebook

Sitevip Internet