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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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Alvos de operação

MPF pediu prisão de deputado e irmão que são suspeitos de comandar esquema de fraudes em MT

Foto: Rogério Florentino/Olhar Direto

MPF pediu prisão de deputado e irmão que são suspeitos de comandar esquema de fraudes em MT
O Ministério Público Federal (MPF) chegou a pedir a prisão do deputado estadual Ondanir Bortolini (PSD), o Nininho e o de seu irmão, o prefeito de Itiquira (422 quilômetros de Cuiabá), Humberto Bortolini (PSD), que – supostamente – seriam responsáveis por comandar um esquema de fraude em licitação no sul do Estado.

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Porém, o desembargador Olindo Menezes negou o pedido de prisão temporária contra os investigados.
 
O Ministério Público Federal tem como alvo uma organização criminosa formada no Sul de Mato Grosso  com o objetivo de desviar recursos. "A partir de 2013 a empresa Construtora Pirâmide (Paulo Rocha dos Santos Eireli) em conluio com pelo menos mais duas empresas (Ivaldo Rocha de Freitas & Cia LTDA e Up Projetos e Construções LTDA) fraudaram licitações em municípios do Sul".
 
Ainda conforme os trabalhos de investigação, as empresas estariam se revezando para vencer as licitações. Posteriormente, como combinado, elas pagariam propinas para agentes políticos e servidores. "Desde o que detém poder decisórios acerca do destino da verba a ser aplicada, passando pelo responsável pela condução do processo licitatório, até o fiscal da obra executada".
 
A Construtora Pirâmide, junto com o grupo familiar de Marco Antônio da Fonseca, seria a responsável por operar a organização criminosa, distribuindo dinheiro a agentes políticos e outras empresas que celebram contratos com a administração pública.
 
O trabalho foi baseado na análise das movimentações suspeitas identificadas no relatório de inteligência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), feitas por parte de Paulo Rocha dos Santos (Construtora Pirâmide).
 
"Se reporta a dezenas de procedimentos licitatórios onde teriam ocorrido os alegados crimes, envolvendo empresas e servidores públicos municipais", diz trecho do documento do Ministério Público ao qual Olhar Direto teve acesso.
 
Estão sendo apurados crimes de suposta organização criminosa, fraudes em licitação, corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de dinheiro.
 
Foram cumpridos  39 mandados de busca e apreensão em vários municípios de Mato Grosso (Rondonópolis, Cuiabá, Várzea Grande, Sinop, Alto Taquari, Itiquira, Juscimeira, Jaciara, São Pedro da Cipa, Dom Aquino, Alta Floresta) e Votuporanga/SP.
 
O objetivo desta ação é colher provas para apurar supostas fraudes à licitação e pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos.
 
Outro lado
 
Um dos alvos da operação ‘Chapéu de palha’, da Polícia Federal, que apura supostas fraudes em licitações, além de pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos, o deputado estadual Ondanir Bortolini, o Nininho (PSD), garantiu que não tem vínculo nenhum com as empresas apontadas no esquema e acusou a PF de envolver políticos em operações para ganhar mais destaque na mídia.
 
O parlamentar explicou que conheceu o proprietário de uma das empresas investigadas, porém não tem contato com ele por aproximadamente cinco anos, assim como assegurou que não destinou recursos de emendas para as cidades envolvidas no processo.
 
“Eu fico surpreso até porque são fatos que envolvem suspeitas em empresas que de fato ocorreram em 2017 e este proprietário desta empresa, no mínimo, tem quatro ou cinco anos que que eu não o vejo e não tenho contato com ele. São fatos que envolvem vários municípios e que eu não tenho nada ver com isso, nunca nem emenda destinei para estes municípios, onde essa empresa pode ter executado obras. Acho que dentro do processo, do que eu tenho informações, dizem que houve repasse lá atrás para uma empresa que tinha um sócio que passou R$ 9 mil reais, naquele momento para este proprietário desta empresa”, disse o deputado, afirmando que seu nome pode ter sido envolvido para dar mais publicidade a operação.
 
“Era uma pequena empresa quando eu conheci este proprietário, que fazia prestações de serviços de calçadas e meio fios e pode ter certeza que este pagamento foi disso. E o outro pagamento de R$ 3 mil foi para minha irmã. Eu mando todo dia dinheiro para minha família, mando patrocínios para minha cidade, então vejo isso com bastante estranheza e a verdade é que a classe política sempre implementa mais visibilidade para todas essas operações que são feitas. Se não tiver político no meio para poder dar mais visibilidade, talvez fica não dá impacto perante a sociedade. Estou muito tranquilo e não tem nada”, se defendeu.
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