O advogado Helio Nishiyama classificou como intimidação ato da defesa de Marcelo Cestari, pai da adolescente envolvida na morte de Isabele Guimarães Ramos, no Condomínio Alphaville, em Cuiabá, que tenta afastar o promotor de Justiça Marcos Regenold do caso.

Leia também 
Advogado de Cestari pede afastamento de promotor do caso
 
“Não posso falar pelo promotor de justiça. Mas vejo como clara tentativa de intimidar a atuação institucional do Ministério Público”, afirmou Helio Nishiyama ao Olhar Jurídico.
 
Artur Osti, advogado de Marcelo Cestari, entrou com pedido de liminar junto ao Conselho Nacional Do Ministério Público (CNMP) pelo afastamento do promotor de Justiça. O CNMP é a instância administrativa do Ministério Público.

No pedido, Osti argumenta que Regenold teria concedido “entrevista à imprensa, revelando elementos resguardados por sigilo, assim como antecipando o juízo de valor que faz sobre os fatos apurados” e que este “midiatismo” seria um “traço marcante do representado, o Promotor de Justiça Marcos Regenold Fernandes, transgressor recalcitrante de seus deveres funcionais”.
 
O caso

Marcelo Cestari foi preso em flagrante com duas armas de fogo de uso permitido sem a devida documentação. Na data dos fatos, em decorrência da suposta conduta que vitimou a adolescente Isabele Guimarães Ramos, de 14 anos, a polícia localizou na residência do recorrido sete armas de fogo.

Na ocasião, o empresário foi colocado em liberdade provisória após o pagamento de R$ 1.000,00. Em 14 de julho, o MPE manifestou-se no processo e pugnou pela majoração do valor da fiança para 100 salários mínimos.
 
Em 15 de julho, o juiz aplicou uma fiança em R$ 209 mil. Logo em seguida, a defesa recorreu ao Tribunal de Justiça e conseguiu suspender a decisão. No dia três de agosto, o juízo proferiu uma nova decisão, estabelecendo o valor da fiança em 50 salários mínimos.