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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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​LIBERDADE NEGADA

Juíza diz que Covid-19 adiou julgamento, mas decide manter presa mulher acusada de mandar matar marido

Foto: Reprodução

Jandirlei e Cleia

Jandirlei e Cleia

A juíza Rosângela Zacarkim dos Santos, da 1ª Vara Criminal de Sinop (a 480 km de Cuiabá), manteve a prisão preventiva de Cleia Rosa dos Santos Bueno, Adriano dos Santos e José Graciliano dos Santos, réus no processo sobre o assassinato de Jandirlei Alves Bueno e Adriano Gino, ex-marido e ex-amante de Cleia, respectivamente. A magistrada reconheceu o longo período sem julgamento, mas afirmou que o adiamento ocorreu por causa da pandemia do coronavírus e assim que os trabalhos presenciais do Poder Judiciário retornarem o Tribunal do Júri deve decidir sobre a questão.

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A decisão é do último dia 25 de junho. A juíza disse que a situação fática-jurídica dos acusados, com relação à decretação da prisão preventiva, não se alterou e "tornar-se-ia repetitivo explanar novamente sobre cada uma delas".

A defesa questionou sobre o prazo de tramitação do processo e a magistrada citou que os réus estão presos há mais de dois anos, mas que o julgamento só não ocorreu em decorrência das medidas do Poder Judiciário pela prevenção contra o novo coronavírus, mas que essa paralisação é provisória.

"Verifica-se que a instrução apenas não se concluiu em razão de força maior, diante da Pandemia decorrente do Novo Coronavírus, declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), posto que a Sessão de Julgamento dos réus pelo Tribunal do Júri não se realizou, em virtude das medidas de prevenção adotadas pela Administração do TJMT, com o objetivo de conter a propagação do vírus causador da COVID 19, que editou reiteradas portarias, prorrogando os prazos e fechamento das portas do Palácio da Justiça, sendo a paralisação provisória, a qual será resolvida assim que retornarem as atividades presenciais no Poder Judiciário".

Ela manteve a prisão preventiva e ainda lembrou que, mesmo em cenário de pandemia, como já havia analisado anteriormente, os réus não se enquadram na faixa de risco especificada pela OMS, razão pela qual não seria caso de da revogação da prisão.

O caso
 
Uma mulher identificada como Cléia Rosa dos Santos, de 34 anos, foi presa em março de 2018, acusada de mandar matar o marido, Jandirlei Alves Bueno, de 39 anos, em Sinop. O crime foi cometido por seu então amante em 2016 em uma simulação de um latrocínio. Um ano depois ele também foi assassinado – conforme a polícia - a mando da suspeita, que contou com a ajuda de dois guardas noturnos.
 
Ambos foram presos e, assim como Cléia, confessaram a participação no crime. Os restos mortais do amante foram localizados enterrados em uma área de mata. A vítima, de acordo com a polícia, é Adriano Gino.

Na mesma vala, os assassinos enterraram uma motocicleta, que foi encaminhada junto a ossada para análise da Perícia Oficial de Identificação Técnica (Politec). Neste crime, Cléia teria dopado o amante até que os executores chegassem ao local. Adriano foi morto com golpes de enxada. A suspeita é que o amante passou a ameçá-la.

Jandirlei, por sua vez, foi atingido por dois golpes de faca, em outubro de 2016, chegando a permanecer internado no Hospital Regional por quase dois meses, falecendo em seguida. Na data do crime a mulher contou à polícia que estava em casa com o marido quando foram rendidos por dois assaltantes. Diante de uma reação do homem, os bandidos então teriam o esfaqueado.

Ao Olhar Jurídico a defesa de Cléia confirmou que ela foi a mandante do assassinato de Adriano Gino, mas disse que ela não teve envolvimento na morte de Jandirlei. Cléia teve um relacionamento extraconjugal com Adriano, mas a relação teria acabado antes de Jandirlei ser morto.

 Segundo a defesa, Cléia acredita que Adriano planejou a morte de Jandirlei para ficar com ela, o que acabou acontecendo. Ela teria relatado que Adriano era muito possessivo, a agredia, estuprava e teria ameaçado os filhos dela. Por causa disso ela disse que planejou a morte dele.
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