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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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CRISE ECONÔMICA

Grupo Colombo entra com pedido de Recuperação Judicial por dívidas de R$ 1,8 bilhão

Foto: Reprodução

Grupo Colombo entra com pedido de Recuperação Judicial por dívidas de R$ 1,8 bilhão
O Grupo Colombo, composto por empresas que atuam no ramo de moda masculina, entrou com pedido de recuperação judicial na 1ª Vara Cível de Cuiabá por dívidas de R$ 1.885.695.858,64. No pedido a defesa do grupo alega que as empresas não conseguiram se recuperar da crise financeira que atingiu o Brasil. O grupo possui cerca de seis mil funcionários.
 
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Compõem o Grupo Colombo as empresas: HAP Participações Ltda., A3M4P Participações Ltda., APJM Participações S/A, Q1 Comercial de Roupas da Amazônia Ltda., Q1 Comercial de Roupas S/A, ADM. Comércio de Roupas Ltda., Q1 Serviço e Recebimento Ltda., AMD Comércio de Roupas Ltda., e Colombo Franchising Eireli.
 
O pedido de recuperação judicial, com pedido de tutela de urgência, foi protocolado junto à 1ª Vara Cível de Cuiabá nesta quarta-feira (5). A defesa do Grupo relatou, no pedido, que a primeira empresa foi fundada em 1917 e atua desde então no ramo do comércio de roupas e acessórios de moda masculina.
 
Ainda conta que em 2010 o Grupo chegou a possuir 208 unidades em todo o território nacional e alcançou 434 lojas em 2014. Entre os anos de 2011 a 2015 o Grupo recebeu investimentos do Fundo Gavea, época em que havia gestão compartilhada, de acordo com a governança estabelecida com o fundo , o qual tinha por objetivo promover a abertura de capital das empresas. Por conta disso houve uma expansão dos negócios, porém, em 2015 o Gavea repentinamente desistiu do projeto e optou por retirar os investimentos realizados no Grupo Colombo.
 
“Esse fato ensejou a extinção de mais de R$ 300MM em linhas de crédito, prejudicando o fluxo de caixa e deflagrando o estopim da insolvência. Repise-se, a estratégia era a alavancagem financeira para abertura de capital, de modo que, no momento decisivo, o principal investidor desistiu e tornou inviável os planos do Grupo Colombo, deixando para trás um cenário grave de capacidade financeira para adimplir com as obrigações”, diz o advogado.
 
Por conta disso, e também por causa da crise financeira que atingiu o Brasil, impactando o poder aquisitivo dos clientes das lojas, as empresas do Grupo Colombo tiveram grandes prejuízos. A defesa do Grupo afirma no pedido que o faturamento caiu de R$ 700 milhões para R$ 200 milhões em três anos. Os esforços do grupo não foram suficientes para superar a crise.
 
“Infelizmente, essas adversidades atingiram o Grupo Colombo de forma devastadora. A forte recessão reduziu suas vendas e o faturamento, por outro lado, o custo aumentou, fazendo com que as margens tivessem que ser drasticamente reduzidas para conseguir girar, minimamente, os estoques e possibilitar que o Grupo Colombo honrasse seus compromissos com fornecedores e instituições financeiras”.
 
O Grupo Colombo ainda reforça a importância da Recuperação Judicial pois hoje possui 140 lojas em pleno funcionamento, contando com cerca de seis mil funcionários, diretos e indiretos, e atendendo em média 60 mil clientes por mês. Além disso, as lojas do Grupo alugam dezenas de imóveis, onde funcionam as lojas.
 
“Essa conjuntura de fatores evidencia, portanto, o perigo de dano e o risco de resultado útil ao processo , eis que, acaso não imediatamente sobrestado o andamento das referidas ações de despejo, o presente pedido de recuperação judicial será prejudicado, quiçá inviabilizado, antes mesmo de se iniciar”.
 
A defesa do Grupo Colombo então pediu Recuperação Judicial, atribuindo à causa o valor de R$ 1.885.695.858,64, para fins fiscais e de alçada, justificando que a tramitação do pedido deve ocorrer na Comarca de Cuiabá já que o “centro vital de todas as deliberações do Grupo Colombo é exercido nesta Comarca”.
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