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Terça-feira, 23 de abril de 2024

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Arquiteto de esquema, Nadaf foi beneficiado com propina de R$ 250 mil e pagou apartamento

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Arquiteto de esquema, Nadaf foi beneficiado com propina de R$ 250 mil e pagou apartamento
Ex-secretário de Casa Civil de Mato Grosso, Pedro Nadaf teria se beneficiado com cerca de R$ 250 mil por arquitetar esquema de propina na concessão de incentivos fiscais ao empresário Ciro Zancht Miotto, dono do frigorífico Superfrigo.
 
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Em troca do incentivo fiscal (valor atualizado em R$ 37 milhões), Miotto quitou empréstimo contraído pelo estão deputado estadual Sérgio Ricardo Junto ao empresário Ricardo Padilla de Borbon Neves, no valor de R$ 2,5 milhões, e ainda destinou R$ 250 milhões a Nadaf.
 
Delator premiado, Nadaf confessou ter recebido a vantagem. Disse ainda que R$ 175 foram depositados na conta de uma construtora para pagar a compra de um apartamento.
 
O próprio Ciro Miotto confessou o pagamento de parcelas do apartamento. Disse, porém, que as transferências se deram para quitar empréstimo contraído com ele junto ao ex-secretário. Não houve apresentação de contrato.
 
“O próprio Ciro Zanchett Miotto confessa a inexistência de contrato de empréstimo. Ora, quem empresta duzentos mil reais a outrem e sequer elabora contrato escrito? Atualmente, esse tipo de negócio sem contrato não é feito sequer entre irmãos consanguíneos, que dirá entre estranhos”, afirma o Ministério Público.
 
O caso
 
O Ministério Público (MPE) denunciou na segunda-feira (25) o ex-secretário de Casa Civil de Mato Grosso, Pedro Nadaf, o ex-deputado estadual e atual conselheiro afastado do Tribunal de Contas (TCE), Sérgio Ricardo de Almeida, mais duas pessoas e três empresas. O processo versa sobre improbidade administrativa.
 
São acionados ainda Ciro Zanchet Miotto, Ricardo Padilla de Borbon Neves, as empresas Superfrigo Industria e Comércio (ligada a Ciro), Aval Securitizadora de Créditos (ligada a Ricardo Padilla) e Intercontinental Foods Comércio de Alimentos (ligada a Ciro). 
 
De acordo com o apurado, no ano de 2012, Nadaf recebeu a incumbência do ex-governador Silval para que encontrasse empresa interessada na obtenção de incentivos fiscais e que, para tanto, aceitasse pagar um retorno de R$ 2,5 milhões para que o ex-chefe do executivo estadual pagasse uma dívida contraída com Ricardo Padilla.

O débito teve origem num empréstimo que Padilla fez, por meio da Aval Securitizado, ao deputado estadual Sérgio Ricardo destinado ao pagamento de propina denominada “13º do mensalinho” para 17 deputados estaduais, como condição de aprovação das matérias de interesse do Poder Executivo.

Com a concessão do incentivo fiscal em troca de propina, a Superfrigo deixou de recolher erário estadual, o valor de R$ 37 milhões.
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