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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Operação Ararath

Estado usou reputação de Maggi para operacionalizar R$ 300 milhões no Bic Banco, afirma delator

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Estado usou reputação de Maggi para operacionalizar R$ 300 milhões no Bic Banco, afirma delator
Delator premiado e ex-gerente do Bic Banco em Cuiabá, Luiz Carlos Cuzziol explicou que  a reputação do ex-governador de Mato Grosso Blairo Maggi foi utilizada como garantia em empréstimos supostamente fraudulentos concedidos para aproximadamente 30 empresas. As negociações operacionalizaram cerca de R$ 300 milhões.

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Durante depoimento, questionado sobre as garantias dadas nos negócios, Cuzziol foi claro ao dizer que tudo era apoiado sobre a reputação do então chefe do Poder Executivo. 

“Essas operações seriam liquidadas pelo governo. Não iria ter prejuízo porque o governador assumiria o compromisso com o banco. Era para atender as necessidades do governo, solicitadas pelo Eder [Moaes, ex-secretário de Fazenda e Casa Civil]”.

As negociações sobre os empréstimos foram executadas por Eder diretamente com o presidente do banco, pessoa identificada como Jose Bezerra de Menezes. O delator relatou que não sabe sobre a participação de mais pessoas durante as reuniões. Porém, a participação aparentemente indireta de Maggi era clara.
 
“O governador da época [Blairo Maggi] tinha uma credibilidade muito grande no mercado. Tanto na área privada quanto  levou isso para dentro do governo”, afirmou Cuzziol.
 
Quanto ao montante total negociado nas transações envolvendo empresas apresentadas pelo governo, o delator explicou que os valores comprometeram mais de 70% dos ativos da agência bancária.
 
“Se tornou um volume negociado auto. Passou de R$ 300 milhões. Aconteceu o seguinte. O número de Operações, uma liquidando a outra. Uma liquidando a outra. Ou fazia uma nova para liquidar a vencida. Então ela teve um giro grande. Mas o montante, eu estou falando isso porque a agência nossa, ela chegou ao máximo de ter de ativo R$ 400 milhões. R$ 400, R$ 500 milhões”.

A forma de empréstimo
 
Segundo o Ministério Público Federal, muitas das operações tinham como garantia créditos fictícios que as empresas possuíam junto ao governo do estado de Mato Grosso por meio de simulação de prestação de serviços.
 
Cuzziol
 

Luiz Carlos Cuzziol firmou delação premiada junto ao Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-1), em Brasília. O colaborador já foi condenado em ação da Ararath.  Processo de 2015 gerou pena de 31 anos de reclusão. 
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