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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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​NÃO SE INTIMIDOU

Em sessão, desembargadora relata que recebeu denúncia de que seu voto estaria sendo vendido

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

Em sessão, desembargadora relata que recebeu denúncia de que seu voto estaria sendo vendido
A desembargadora Clarice Claudino da Silva, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), relatou durante sessão da 1ª Câmara de Direito Privado nesta terça-feira (30) que recebeu uma denúncia anônima de que seu voto estaria sendo vendido por advogados. A magistrada afirmou que não se sentiu intimidada e que a denúncia já foi encaminhada às autoridades responsáveis para que seja investigada.
 
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O julgamento em questão está relacionado à reintegração de posse de uma fazenda no município de Novo São Joaquim (a 488 km de Cuiabá). Antes de proferir seu voto a desembargadora tomou um tempo para relatar a denúncia que recebeu.
 
“Eu gostaria de registrar aos eminentes pares que pela primeira vez em 31 anos de magistratura eu tive o desprazer de receber, por denúncia não identificada, de que eu estaria sendo vendida por advogados a respeito deste voto. Não sei se atribuo esta atitude a uma forma de me intimidar, e eu me dar por suspeita e sair deste julgamento, não sei qual é o objetivo disso, porque para mim é uma coisa nova, eu não consegui formar uma ideia do que poderia ser este tipo de pressão”.
 
A magistrada então afirmou que não levou a fundo esta questão, pois não caberia a ela apurar, mas já encaminhou a denúncia apócrifa às autoridades responsáveis por investigar. Ela disse que não tem “nenhum tipo de sentimento ruim a não ser profunda comiseração com pessoa que tira parte do seu tempo para se ocupar deste tipo de atitude”.
 
Ela disse que se sentiu obrigada a fazer este registro, mas que também se sentiu à vontade e convicta de seu dever funcional e por isso não pediria para que fosse substituída. A desembargadora acompanhou o voto do relator, desembargador João Ferreira Filho, para que a área em disputa seja devolvida aos donos originais.
 
“Lamento profundamente, mas não me sinto intimidada, tanto é que estudei com tanto afinco este emaranhado de informações que consta no primus, porque a gente não tem acesso ao processo completo, mas tudo o que eu pude registrar destes autos, de tudo o que consta no primus, de tudo que eu pude extrair, fiz um voto, que não é do meu feitio, tão longo, são mais de 60 páginas”, disse ainda a magistrada.
 
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