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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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​MORTO POR COLEGA

Juiz remarca audiência de réus e testemunhas sobre o caso Scheifer para dezembro

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

Juiz remarca audiência de réus e testemunhas sobre o caso Scheifer para dezembro
O juiz Marcos Faleiros da Silva, da 11ª Vara Criminal de Cuiabá, remarcou para dezembro as audiências das testemunhas e dos policiais militares Lucélio Gomes Jacinto, Joailton Lopes de Amorim e Werney Cavalcante Jovino, acusados pelo homicídio do tenente Carlos Henrique Scheifer, ocorrido em maio de 2017, no distrito de União do Norte, a 700 km de Cuiabá. Para a audiência desta segunda-feira (17), 16 testemunhas foram intimadas, no entanto, não foi possível ouvir todas.
 
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As 16 testemunhas foram arroladas pela defesa dos três policiais militares réus. Na audiência desta segunda-feira (17) alguns deles foram ouvidos, mas em decorrência do grande número de testemunhas, não foi possível ouvir todas.
 
O juiz Marcos Faleiros havia então agendado a continuação da audiência para esta terça-feira (18). No entanto, após deferimento da inquirição dos militares major Saulo Pellegrini Monteiro, capitão Sávio Pellegrini e major Lucélio Ferreira Martins Faria Franca, a defesa pediu que estes sejam ouvidos antes das testemunhas de defesa.
 
O magistrado então cancelou a audiência de hoje (18) e reagendou a inquirição das testemunhas para o próximo mês de dezembro. Devem ser ouvidos no dia 9 de dezembro os militares major Saulo Pellegrini Monteiro, capitão Sávio Pellegrini e major Lucélio Ferreira Martins Faria Franca, tenente cornel Januário Antonio Edwirges Batista e sargento Saulo Ramos Rodrigues.
 
No dia 11 de dezembro serão ouvidos os militares sargento Leonildo Morbeques, sargento Izaias Ferreira Lobo, major Orlando Vinicius de Souza Coutinho, sargento Lúcio Eli Morais, sargento Domingo Sebastião Viana dos Santos, cabo Diogo Muzzi Busato, sargento Paulo Damacena Meira e sargento Leandro Zuqueti.
 
Já no dia 13 devem ser ouvidas as testemunhas Wellington Bessa A. da Silva, Luiz Fernando de Souza Neves e serão interrogados os réus cabo Lucélio Gomes Jacinto, sargento Joailton Lopes de Amorim e cabo Werney Cavalcante Jovino.
 
Os relatos
 
As cinco testemunhas ouvidas no último mês de abril relataram o cenário em que se deu a morte de Scheifer. A equipe do Bope, integrada pelos militares Lucélio Gomes Jacinto, Joailton Lopes de Amorim, Werney Cavalcante Jovino e chefiada por Carlos Henrique Scheifer, teria ido ao distrito de União do Norte, próximo a Peixoto do Azevedo (695 km de Cuiabá), em maio de 2017, para atuar em uma operação contra uma quadrilha de roubos a banco, na modalidade novo cangaço.
 
De acordo com os relatos, a equipe de Scheifer foi de aeronave até a localidade e pouco depois que chegou teria recebido informações, de um suspeito que foi abordado em um posto de gasolina, sobre o local onde estariam alguns dos membros da quadrilha.
 
A equipe de Scheifer teria ido até esta residência informada e lá teriam realizado a abordagem que resultou na morte de Marconi Souza Santos, isso por volta do meio-dia. Jacinto teria sido o autor do disparo que matou Marconi, justificando que o suspeito estaria armado.
 
Segundo o tenente Herbe Rodrigues da Silva, que testemunhou, uma arma foi encontrada do lado de dentro da casa, nos fundos, enquanto o corpo de Marconi teria sido encontrado do outro lado do muro, fora da propriedade. Herbe disse que ele próprio entregou a arma a Scheifer.
 
Outras equipes da Polícia Militar, de regiões próximas, foram acionadas para dar apoio a esta operação. O soldado Vizentin, que auxiliava no recolhimento dos materiais abordados, disse à Justiça que teria visto o cabo Jacinto andando de um lado para o outro, nervoso, e dizendo “este tenente é muito legalista”, se referindo a Scheifer.
 
Os policiais localizaram um veículo, que seria dos suspeitos, que foi abandonado em uma região de mata. Já no período da tarde, a equipe do tenente-coronel Jonas Puziol foi juntamente com a equipe de Scheifer até o local onde estava o veículo, e lá Scheifer teria pedido a ele que fosse embora do local e levasse a viatura do Bope, na tentativa de simular para os bandidos que a polícia teria deixado o local.
 
Momentos mais tarde os policiais da região começaram a receber por rádio a informação de que um policiai estava ferido, e pediam informações sobre o hospital mais próximo. De acordo com as testemunhas, Scheifer teria chegado ainda com vida ao hospital, em Matupá, mas logo veio a óbito.
 
Em seu depoimento o sargento Antônio João da Silva Ribeiro teria dito que, no hospital, os três membros do Bope teriam ido sozinhos a uma sala, onde conversaram. Ele disse que os três aparentavam estar abalados, mas quando tentou se aproximar, para saber como se deu a morte de Scheifer, Jacinto teria dito para que ele se afastasse.
 
Os integrantes do Bope então teriam inventado a versão de que Scheifer teria morrido pelo tiro de um suspeito, o que foi desmentido depois pela perícia. Os policiais militares ouvidos ainda relataram que eram impedidos de ir ao local onde Scheifer morreu, por outros membros do Bope que já estavam no local, por que seria uma região de risco. Os militares que foram ouvidos ontem também disseram que desde o início desconfiavam da versão dada pelos três policiais do Bope.
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