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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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​OBRAS DA COPA

Juíza inclui 2 empresas na recuperação judicial do Grupo Engeglobal e dívida ultrapassa R$ 595 mi

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

COT do Pari, uma das obras para a Copa sem conclusão

COT do Pari, uma das obras para a Copa sem conclusão

A juíza Anglizey Solivan de Oliveira, da 1ª Vara Cível de Cuiabá, autorizou a inclusão das empresas Primus Incorporação e Construção Ltda e Global Energia Elétrica S/A na recuperação judicial do Grupo Empresarial Engeglobal, responsável por obras da Copa do Mundo de 2014, e que possuía dívidas de cerca de R$ 592 milhões. Com a entrada das duas empresas, a dívida agora ultrapassa os R$ 595 milhões.
 
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Em outubro de 2018 foi feita uma petição para que as empresas Global Energia Elétrica S/A e Primus Incorporação e Construção Ltda. fossem incluídas no polo ativo da recuperação judicial do Grupo Engeglobal. A Global Energia Elétrica S/A possui dívidas de R$ 2.406.510,54 e a Primus Incorporação e COnstrção Ltda dívidas de R$ 1.972.996,66. Em decisão desta segunda-feira (3) a juíza Anglizey Solivan de Oliveira aceitou o pedido.
 
“Reconheço a consolidação substancial, estampada no pedido de reconsideração, das empresas que compõem o Grupo Empresarial Engeglobal, para o fim de admitir a inclusão pleiteada pelas empresas Primus Incorporação e Construção Ltda e Global Energia Elétrica S/A no polo ativo da presente recuperação judicial, para assim dar impulso oficial ao processo em consonância com a liminar recursal que se pronunciou pela ausência de prejuízo da inclusão das empresas ante ao evidenciado polo unitário, assim como pela suspensão das ações e execuções em desfavor destas”, determinou a magistrada.
 
Quando entrou com o pedido de recuperação judicial, a dívida do Grupo Engeglobal estava avaliada em R$ 48.796.901,21. De acordo com o advogado Luiz Alexandre Cristaldo, da administradora judicial Zapaz Administração Judicial Ltda, responsável por este caso, a dívida foi depois atualizada, em decorrência de valores devidos à Caixa Econômica Federal, ficando em cerca de R$ 592 milhões. Agora, com a inclusão dos passivos das duas empresas, a dívida ultrapassa os R$ 595 milhões.
 
O pedido
 
O Grupo Engeglobal, composto pelas empresas Engeglobal Construções Ltda., Construtora e Empreendimentos Guaicurus Ltda.-EPP, Advanced Investimentos e Participações S/A, Global Empreendimentos Turísticos Ltda. e Hotéis Global S/A, entrou com pedido de recuperação judicial por dívidas no valor de R$ 48.796.901,21.
 
Conforme narrado no pedido, o Grupo iniciou as suas atividades a partir do ano de 1980, com grande sucesso e, entre os anos de 2009 e 2012, venceram vários procedimentos licitatórios para execução de obras de infraestrutura na cidade de Cuiabá, em decorrência da Copa do Mundo de 2014.
 
Em linhas gerais afirmam que, “inobstante o êxito que vinham apresentando há anos, diversos problemas e entraves foram enfrentados pelo Grupo Econômico durante a implantação e andamento das obras, que impactaram negativamente os custos dos serviços prestados e foram a causa do desequilíbrio econômico atualmente vivenciado, como o prejuízo na ordem de R$ 50.000.000,00 decorrente das obras da Copa do Mundo, especialmente a ampliação do Aeroporto Marechal Rondon que abalou a saúde financeira da empresa”.
 
Acrescentam que o Grupo Engeglobal, em virtude do atraso no cronograma de execução dos projetos e, visando acelerar as obras necessárias para realização do evento, investiu recursos próprios e buscou capital de giro, principalmente através de empréstimos bancários.
 
Dentre os 749 credores, é possível verificar bancos, construtoras e empresas de factoring, como de Valdir Piran, credor de R$ 567,1 mil e o Banco Industrial e Comercial (Bic Banco) (R$ 83 mil) cujo ex-gerente em Mato Grosso, Luis Carlos Cuzziol, é  investigado na "Operação Ararath", por lavagem de dinheiro.
 
O maior montante, cerca de R$ 8 milhões, vai para a empresa Pereira Cardozo & Cardozo Ltda (Apoena Construtora). Seguido pela Bimetal, do ex-prefeito de Cuiabá e cotado ao governo do Estado, Mauro Mendes (DEM), que aguarda receber da construtora R$ 2,3 milhões.
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