A juíza Graciene Pauline Mazeto Corrêa da Costa, da 2ª Vara Criminal e Cível de Cáceres, condenou Brena Afonso Lopes e Devaik Da Silva Monteiro a 23 anos e quatro meses de prisão em regime fechado, pelo latrocínio do dentista Guilherme José Mancuso, 41 anos, em julho de 2018. Brenda seria amante da vítima e teria tramado a tentativa de roubo da Toyota Hilux do dentista.
 
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A sentença foi proferida no último dia 29 de maio. Brenda e Devail estavam presos em decorrência do latrocínio (roubo seguido de morte) do dentista Guilherme Mancuso. Em juízo, Brenda teria dito que teve um relacionamento casual com Devair, que durou três ou quatro meses, e que, movido por ciúmes, ele a seguiu até o local do crime, onde matou o dentista a tiros.
 
Já Devair, ao ser interrogado, teria confessado a autoria do crime, afirmando que estava sob efeito de entorpecentes e, como o dentista reagiu à abordagem, efetuou os disparos de arma de fogo contra ela.
 
A juíza, no entanto, cita que os depoimentos vão de encontro com o que foi dito pela Polícia e também por testemunhas. Um amigo de Devail, que estava na companhia dele quando foi preso, relatou em juízo que o acusado teria confessado ter cometido um latrocínio e que sua intenção era roubar a camionete.

A magistrada ainda citou que os policiais civis que participaram da ocorrência confirmaram que, com o desenrolar das investigações, confirmou-se que os acusados estavam planejando o crime e que, diante da reação da vítima, Devail efetuou os disparos.
 
“Dessa maneira, vê-se que há inconsistências e contradições nos interrogatórios réus, fragilizando as declarações dos dois, mormente porque não há qualquer prova que confirme a versão apresentada por eles em juízo, devendo ser salientado, igualmente, que quando são confrontadas com as demais provas produzidas, como feito, as declarações da dupla se revelam inverossímeis e de frágil valor probatório”, disse a juíza.

Com base nas provas documentais e testemunhais, a magistrada condenou Brenda e Devail a 23 anos e quatro meses de reclusão em regime fechado.
 
O crime
 
Por volta das 21h45 do dia 19 de julho de 2018, no município de Cáceres, os denunciados tentaram roubar uma Toyota Hilux pertencente à Guilherme José Mancuso. A vítima, no entanto, reagiu e foi morta a tiros.
 
Conforme apurado, Brenda mantinha um relacionamento amoroso extraconjugal com Guilherme. Desta forma, aproveitando-se desta relação de proximidade, ela planejou, juntamente com Devail, roubar o veículo da vítima.
 
Brenda marcou um encontro amoroso com Guilherme, que aconteceria na residência da vítima. Ela informou aos coautores Devail sobre o que foi combinado, de modo que ele e um comparsa, em uma motocicleta, foram até a casa da vítima e ficaram aguardando a chegada do casal para efetivar o roubo.
 
Por volta de 21h45min, Guilherme chegou em frente a sua residência conduzindo sua caminhonete Toyota Hilux, juntamente com Brenda, que ocupava o banco do passageiro. No momento em que a vítima aguardava a abertura do portão da garagem, os acusados se aproximaram, mantendo o farol da motocicleta apagado.

Quando o dentista entrou na casa os suspeitos entraram atrás. Devail saltou da motocicleta e sacou uma arma de fogo, anunciando o assalto. A vítima foi atingida com dois disparos. A vítima ainda tentou fugir do local, mas acabou batendo de marcha ré em um muro na frente da residência, onde o veículo ficou imobilizado.
 
Na sequência, os suspeitos saíram do local na motocicleta. Por sua vez, Brenda ainda permaneceu no local, mas foi embora assim que a primeira viatura policial chegou para atender à ocorrência.