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Quarta-feira, 24 de abril de 2024

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jogo do bicho

Arcanjo burlou semiaberto e trabalhou em local para lavar dinheiro, aponta investigação

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Arcanjo burlou semiaberto e trabalhou em local para lavar dinheiro, aponta investigação
O estacionamento indicado por João Arcanjo Ribeiro como local de trabalho em seu processo de execução penal por crimes já julgados seria a base para lavagem de dinheiro proveniente do jogo do bicho. A informação consta da decisão judicial proferida pelo juiz Jorge Tadeu, da Sétima Vara Criminal, que autorizou na quarta-feira (30) a Operação Mantus. Arcanjo acabou detido mais uma vez.

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 A empresa Estacione Parking Serviço, localizada na Avenida do CPA, em Cuiabá, foi indicada no processo de execução penal de Arcanjo. Antes de ser preso preventivamente na Mantus, Arcanjo cumpriu penas em regime fechado por crimes de lavagem de dinheiro, homicídio e associação criminosa. Condição imposta para viver desde 2018 no semiaberto, ou seja, fora da cadeia, o criminoso deveria apresentar o exercício de atividade laboral.
 
Segundo investigação, no espaço do estacionamento também funciona a empresa RR pago, especializada no fornecimento de máquinas de cartão. Os empreendimentos seriam geridos por Arcanjo e também pelo suspeito identificado como Giovanni Zem, genro do bicheiro.
 
O primeiro fato destacado para comprovar as atividades ilícitas no suposto estacionamento foi a apreensão de um comprovante de pagamento. Pessoa identificada como Marcelo Gomes Honorato, apreendida em flagrante por atuação no jogo do bicho, em julho de 2018, portava um comprovante de pagamento da Estacione Parking Serviço no valor de R$ 20 mil. Registros da tornozeleira eletrônica de Arcanjo comprovam que ele estava no local de trabalho exatamente no momento em que o comprovante foi preenchido.
 
Segundo fato, quebra de sigilo demonstrou que a empresa RR Pago recebeu em abril de 2018 a quantia de R$ 108 mil pulverizados em  27 depósitos. Na mesma data, recebeu também o valor de R$ 16 mil, via quatro depósitos, todos realizados por pessoa identificada como Mariano Oliveira da Silval. Outros R$ 28 mil foram recebidos em sete pagamentos realizados pela empresa  M.O da Silval ME, propriedade de Mariano. A parte pagadora é apontada como braço atuante da organização criminosa na região norte de Mato Grosso, especialmente na cidade de Sino.
 
“Essas empresas, que se encontram sediadas em imóvel pertencente a Arcanjo, administradas por Gionanni são utilizada na lavagem de capital oriundo do jogo do bicho”, concluiu Jorge Tadeu ao autorizar a Operação Mantus.  
 
A operação

A Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Fazenda e Crimes Contra a Administração Pública (Defaz) e da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), deflagrou na manhã desta quarta a Operação Mantus, com o escopo de prender duas organizações criminosas envolvidas com lavagem de dinheiro e com a contravenção penal denominada jogo do bicho.
 
A operação visou dar cumprimento a 63 mandados judiciais, sendo 33 de prisão preventiva e 30 de busca e apreensão domiciliar, expedidos justamente pelo juiz da 7ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá, Jorge Luiz Tadeu.
 
As investigações iniciaram em agosto de 2017, descortinando duas organizações criminosas que comandam o jogo do bicho em Mato Grosso. Ambas movimentaram em um ano, apenas em contas bancárias, mais de R$ 20 milhões.
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