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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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​AUDIÊNCIA MARCADA

Juiz intima 16 militares como testemunhas de acusados de morte do tenente Scheifer; veja lista

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

Juiz intima 16 militares como testemunhas de acusados de morte do tenente Scheifer; veja lista
O juiz Marcos Faleiros da Silva, da 11ª Vara Criminal Especializada da Justiça Militar, intimou 16 policiais militares como testemunhas de defesa dos policiais militares Lucélio Gomes Jacinto, Joailton Lopes de Amorim e Werney Cavalcante Jovino, acusados pelo homicídio do tenente Carlos Henrique Scheifer, ocorrido em maio de 2017, no distrito de União do Norte, a 700 km de Cuiabá. A audiência está marcada para o próximo dia 17.
 
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No último dia 20 de maio o Comandante Geral da Polícia Militar foi notificado sobre a intimação dos 16 militares que devem comparecer à audiência do próximo dia 17 de junho. Além das testemunhas, também foram intimados os réus sargento Amorim, cabo Jacinto e cabo Jovino.
 
Na sessão, além dos eventos do dia da morte do militar, também deve ser abordado o caso no qual o tenente Carlos Henrique Paschiotto Scheifer relatou a seus superiores suposto abuso cometido pelo cabo da PM Lucélio Gomes Jacinto dois dias antes de ser morto por disparo feito pela arma de Jacinto
 
Veja a lista dos militares intimados:
 
01 - Major PM Orlando Vinicius de Souza Coutinho 

02 - SUB TEN Leandro Zuqueti 

03 - 3° SGT PM Lucio Eli Morais 

04 - 1° SGT PM Domingos Sebastião Viana dos Santos

05 - 1° SGT PM Leonildo Morbeques 

06 - MJ PM Carlos Evane Augusto 

07 - CB PM Diogo Muzzi Busato RGPM 883.468

08 - 1° SGT PM Paulo Damacena Meira 

09 - TEN CEL PM Ronaldo Roque da Silva 


10 - TEN CEL PM Januário Antônio Edwiges Batista 

11 - SD PM Daniel Ortega Zanatta 

12 - 1° SGT PM Izaías Ferreira Lobo

13 - 3º SGT PM Saulo Ramos Rodrigues RGPM 881.189

14 - 3º SGT PM Maciel Alves da Conceição 

15 - SD PM Wellington Bessa Alcântara da Silva

16 - CB PM Fernando de Souza Neves – Lotado no Bope
 
Os relatos
 
As cinco testemunhas ouvidas no último mês de abril pintaram o cenário em que se deu a morte de Scheifer. A equipe do Bope, integrada pelos militares Lucélio Gomes Jacinto, Joailton Lopes de Amorim, Werney Cavalcante Jovino e chefiada por Carlos Henrique Scheifer, teria ido ao distrito de União do Norte, próximo a Peixoto do Azevedo (695 km de Cuiabá), em maio de 2017, para atuar em uma operação contra uma quadrilha de roubos a banco, na modalidade novo cangaço.
 
De acordo com os relatos, a equipe de Scheifer foi de aeronave até a localidade e pouco depois que chegou teria recebido informações, de um suspeito que foi abordado em um posto de gasolina, sobre o local onde estariam alguns dos membros da quadrilha.
 
A equipe de Scheifer teria ido até esta residência informada e lá teriam realizado a abordagem que resultou na morte de Marconi Souza Santos, isso por volta do meio-dia. Jacinto teria sido o autor do disparo que matou Marconi, justificando que o suspeito estaria armado.
 
Segundo o tenente Herbe Rodrigues da Silva, uma arma foi encontrada do lado de dentro da casa, nos fundos, enquanto o corpo de Marconi teria sido encontrado do outro lado do muro, fora da propriedade. Herbe disse que ele próprio entregou a arma a Scheifer.
 
Outras equipes da Polícia Militar, de regiões próximas, foram acionadas para dar apoio a esta operação. O soldado Vizentin, que auxiliava no recolhimento dos materiais abordados, disse que teria visto o cabo Jacinto andando de um lado para o outro, nervoso, e dizendo “este tenente é muito legalista”, se referindo a Scheifer.
 
Os policiais localizaram um veículo, que seria dos suspeitos, que foi abandonado em uma região de mata. Já no período da tarde, a equipe do tenente-coronel Jonas Puziol foi juntamente com a equipe de Scheifer até o local onde estava o veículo, e lá Scheifer teria pedido a ele que fosse embora do local e levasse a viatura do Bope, na tentativa de simular para os bandidos que a polícia teria deixado o local.
 
Momentos mais tarde os policiais da região começaram a receber por rádio a informação de que um policiai estava ferido, e pediam informações sobre o hospital mais próximo. De acordo com as testemunhas, Scheifer teria chegado ainda com vida ao hospital, em Matupá, mas logo veio a óbito.
 
Em seu depoimento o sargento Antônio João da Silva Ribeiro teria dito que, no hospital, os três membros do Bope teriam ido sozinhos a uma sala, onde conversaram. Ele disse que os três aparentavam estar abalados, mas quando tentou se aproximar, para saber como se deu a morte de Scheifer, Jacinto teria dito para que ele se afastasse.
 
Os integrantes do Bope então teriam inventado a versão de que Scheifer teria morrido pelo tiro de um suspeito, o que foi desmentido depois pela perícia. Os policiais militares ouvidos ainda relataram que eram impedidos de ir ao local onde Scheifer morreu, por outros membros do Bope que já estavam no local, por que seria uma região de risco. Os militares que foram ouvidos ontem também disseram que desde o início desconfiavam da versão dada pelos três policiais do Bope.
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