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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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ARCA DE NOÉ

Juiz retoma ação contra Arcanjo por formação de quadrilha e desvios na AL

Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

Juiz retoma ação contra Arcanjo por formação de quadrilha e desvios na AL
O juiz Jorge Luiz Tadeu Rodrigues, da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, revogou a decisão que suspendia um processo contra o ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro, acusado de formação de quadrilha e envolvimento no esquema de desvio de dinheiro na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), investigado na Operação Arca de Noé. O Ministério Público pugnou pelo procedimento após a Justiça do Uriguai, onde Arcanjo foi preso, extender a extradição do ex-bicheiro.
 
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João Arcanjo Ribeiro foi denunciado pela prática de formação de quadrilha, por fatos que teriam ocorrido entre maio de 2011 e outubro de 2012. A Justiça de Mato Grosso entendeu que há provas de materialidade de crime contra a Administração Pública.
 
“Estes co-denunciados sabiam de antemão que estavam contribuindo ou pelo menos aderindo aos crimes em tese de peculato perpetrados pelos Servidores Públicos, bem como havendo indicativos de eles sabiam do modus operandi da potencial lavagem de dinheiro”, diz trecho do processo de origem.
 
O magistrado cita que uma decisão de janeiro de 2013 suspendeu todos os processos em curso que dizem respeito a fatos anteriores a 30 de setembro de 2005, data em que a Suprema Corte de Justiça do Uruguai julgou e deferiu a extradição de João Arcanjo Ribeiro.
 
No ano passado o Ministério da Justiça enviou um ofício comunicando que a Justiça uruguaia autorizou a extensão da extradição de Arcanjo e o Ministério Público então pugnou pelo prosseguimento do processo.
 
O juiz então revogou a suspensão e determinou o prosseguimento. Ele também determinou que as partes envolvidas se manifestem e ainda reconheceu a provável prescrição da pena.
 
Arca de Noé
 
A Operação Arca de Noé foi deflagrada em 2002 pela Polícia Federal em conjunto com outros órgãos de investigação para desmantelar o crime organizado em Mato Grosso chefiado na ocasião pelo bicheiro e agiota João Arcanjo Ribeiro.

Contra o ex-deputado José Geraldo Riva pesaram denúncias de que enquanto presidente e 1º secretário da Assembleia Legislativa, autorizou a emissão de cheques para empresas fantasmas, os quais foram descontados nas factorings de João Arcanjo, para assim quitar dívidas de campanha eleitoral e desviar dinheiro público.
 
A operação foi desencadeada depois de cerca de um ano de investigação por parte de um grupo de 25 promotores e três procuradores da República, entres eles o ex-governador Pedro Taques.
 
Durante a operação, mandados de busca e apreensão de documentos e prisões foram determinados pela justiça para serem cumpridos em 23 locais, entre eles Cuiabá, Belo Horizonte (MG) e Brasília. No dia da Arca de Noé, 68 policiais federais, agentes da polícia federal, 41 policiais rodoviários federais deram apoio à ação, além do apoio da Justiça Federal e Justiça Estadual.
 
Arcanjo ficou foragido após a ação e com prisão decretada. Ele foi preso pela Interpol em abril de 2003 em um vilarejo nos arredores de Montevidéu, Uruguai. Posteriormente extraditado, foi preso no presídio federal de Campo Grande e condenado em outros crimes, como lavagem de dinheiro e sonegação fiscal.
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