Mais de 200 candidatos reclamaram e a Defensoria Pública de Mato Grosso entrou com ação civil pública, na última terça-feira (08), pedindo o cancelamento de parte do concurso da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec). Os candidatos alegam que a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), responsável pelo concurso, usou o exame psicotécnico como ‘nota de corte’.
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A ação foi proposta na Justiça Federal de Mato Grosso e ainda não entrou em pauta na 2ª Vara Federal da Justiça Cível. O exame psicotécnico do concurso teve três etapas, todas realizadas na UFMT. Os estudantes que se diziam prejudicados criaram uma comissão e realizaram uma denúncia ao Ministério Público, que agora é aproveitada pela Defensoria.
Segundo os candidatos, o exame foi usado para eliminar os concorrentes. O que, segundo eles, é inconstitucional, uma vez que os testes servem apenas para atestar aptidão ou inaptidão dos candidatos. A desclassificação, nestes casos, é determinada apenas pela prova objetiva.
“É inconstitucional qualquer norma de edital de concurso público, ao conferir índole eliminatória a exame psicotécnico, visto que a Psicologia não é uma ciência exata, expondo-se a interpretações, variando segundo a linha de formação do psicólogo. Os candidatos foram eliminados por não possuírem uma nota superior à média dos candidatos do cargo, e não por serem considerados inaptos ao cargo”, diz trecho da denúncia.
Mais de 200 aprovados na primeira etapa foram reprovados no teste psicológico, que aconteceu no dia 18 de junho, é o que diz a comissão. Os testes foram aplicados em salas diferentes durante período de 3 horas nas dependências da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT).
Além do exame psicotécnico, os candidatos também reclamaram de problemas com tempo de elaboração da prova, permissão de material para uso de escrita e permissão para ir até o banheiro.
Segundo eles, algumas salas permitiram a saída até o banheiro enquanto outras não. Neste sentido, o tempo de elaboração das provas também foi diferente e podia variar de cinco a oito minutos, conforme a sala em que a prova era aplicada.
“Assim sendo, os candidatos classificados que subscrevem este abaixo assinado solicitam, respeitosamente, a submissão da anulação da prova ou novo teste que seguem os princípios estabelecidos por lei”, finaliza o texto enviado ao Ministério Público e agora aproveitado pela ação proposta pela Defensoria.