A juíza Maíza Silva Santos que atua na Vara do Trabalho de Tangará da Serra condenou a Usina Barralcool a pagar meio milhão de reais em indenização por dano moral coletivo. A usina é acusada de ter provocado direta e indiretamente a morte de dois empregados que sofreram acidentes de trabalho na empresa.
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João Batista de Oliveira, uma das vítimas, morreu em novembro de 2013 após sofrer um choque elétrico quando tentava alinhar um mangote em uma motobomba. A Usina Barralcool produz açúcar, etanol e energia e está localizada no município localizada no município de Barra do Bugres (à 150 km da capital).
Já Anderson Silva Pereira, de 21 anos, morreu quando em julho de 2014 tentava retirar o acúmulo de bagaço de cana do interior de um desfibrador. Ao entrar no interior da máquina, que não possuía travamento elétrico, o desfibrador foi acionado e Anderson foi esmagado pelos martelos do maquinário.
A análise dos acidentes de trabalho realizada pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS) serviu de referência para o ajuizamento da ação civil pública pelo MPT. Para o órgão, houve falta de interesse da empresa em cumprir exigências mínimas de segurança do trabalho.
De acordo com os documentos, houve o descumprimento de 14 normas de segurança e saúde do trabalho, como ausência/insuficiência de treinamento e tolerância da Barralcool diante das irregularidades, e todas contribuíram para as mortes.
Culpados
Em sua defesa, a empresa afirmou que o acidente que vitimou João Batista de Oliveira ocorreu por culpa exclusiva da vítima, pois tratava-se de tarefa simples e sem risco. Em relação à segunda morte, de Anderson Silva Pereira, a usina alegou ter ocorrido um problema mecânico interno da máquina, não falta de cuidado da empresa.
A versão não convenceu a juíza Maíza Silva Santos. Segundo a magistrada, que atua na Vara do Trabalho de Tangará da Serra, "o próprio acidente demonstra que havia perigo, tanto que ceifou a vida de um de seus funcionários".
