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A Advocacia que você conhece morreu - 6 Mudanças Essenciais.

Ana Lúcia Ricarte

Estamos todos preocupados com as repercussões econômicas, trabalhistas e culturais que a covid-19 já nos impõe desde março de 2020, muitos profissionais acreditam que a crise provocada pela pandemia é um verdadeiro divisor de águas, inclusive utilizam-se da expressão “novo normal”.

É evidente que a pandemia modificou o nosso modo de viver, influenciando o consumo, a convivência familiar, as prioridades em razão do tempo, o planejamento financeiro e inclusive o novo formato das carreiras profissionais.

O certo é que a pandemia adiantou alguns anos de evolução tecnológica e na forma como interagimos e somos persuadidos pela tecnologia. É como se despertássemos para algo que já estava acontecendo, mas que acreditávamos que seria no futuro.

Em que pese não seja possível neste momento falar sobre o futuro pós-pandemia de maneira assertiva, é possível refletir sobre algumas questões, baseando-nos em fatos históricos e como a sociedade está se movimentando.

A história nos mostra que todas as vezes que passamos por uma pandemia, a humanidade melhorou e avançou em muitos aspectos. Passou a cultivar valores e adotar atitudes diferentes.

A ciência hoje que estuda o comportamento digital nos apresenta uma perspectiva de que precisamos adquirir novos conhecimentos, para assim desenvolvermos nova consciência e experiência digital.

Há uma corrente de cientistas digitais que aponta uma terceira forma de inteligência, a inteligência digital, que superará a Inteligência e a Inteligência emocional.

Mas, o que a Advocacia tem a ver com tudo isso?

A Advocacia tem tudo a ver com a tecnologia, e tudo a ver com a mudança de comportamento das pessoas e das empresas, pois são para eles que focamos nossos serviços.

O Conselho Nacional de Justiça apresentou na Lautech Conference de 2020 um painel sobre Transformação Digital da Justiça, e neste painel o CNJ informou como está formatando o futuro digital do Judiciário, baseado nos robôs, Lawdesigns, ciência de Dados e Inteligência Artificial.

Por uma questão de mercado e necessidade, tivemos um salto de 10 (dez) anos em um, o que significa que a Advocacia Tradicional ou os Tradicionalistas não terão como prosperar neste mercado se não se adaptarem urgentemente.

A Advocacia do pós-covid será uma advocacia diferente, e ouso apresentar dentre muitas mudanças algumas que entendo mais importante, são elas:

1 – Foco em modelos modernos de gestão

2 – Total adequação a LGPD, e partidária da política de privacidade dos dados como um dos direitos fundamentais.

3 - Mudança do modelo mental de como atuar na advocacia, com foco no comportamento digital e compreender que a LGPD irá influenciar todas as áreas do direito.

4 – Total alinhamento a cultura digital e inovação com a característica de empreendedorismo.

5 – Comportamento de total adaptabilidade e responsabilidade

6 – Liderança com foco em um modelo inclusivo, de resultado e prático.

É evidente que o sucesso dependerá de como nos adaptaremos ao novo normal, e este novo normal está focado na mudança de cultura digital e esta cultura digital precisa ser bem elaboradora por nós profissionais do direito para que o ser humano seja cada dia mais o foco das atenções em sua qualidade de vida.

Para isso, investir em cursos de Gestão de Escritório, Lei Geral de Proteção de Dados e Comportamento Digital, é fundamental para o sucesso.

Autora: Ana Lúcia Ricarte, Advogada, professora e Diretora da Associação Brasileira de Advogados em Cuiabá.
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