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Terça-feira, 23 de abril de 2024

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Instituto Caminho da Liberdade: Quem somos nós?

É certo que as primeiras coisas que queremos saber quando ouvimos falar de um novo grupo liberal é: quem são vocês? Quais são seus objetivos? O quê vocês defendem? Com o Instituto Caminho da Liberdade não será diferente, as questões são as mesmas – e necessárias. Pois bem, então, como indica a boa cortesia, apresentemo-nos aos senhores.

Já de longa data, há em todo o estado de Mato Grosso um grande número de liberais e conservadores, todos obviamente insatisfeitos com os rumos político-econômicos do país e que, graças à “internet”, passaram a se encontrar nas esquinas dos debates cibernéticos com maior freqüência.

Mato Grosso tem uma longa tradição de “self-made men”, ou seja, pequenos e grandes empreendedores que cresceram e prosperaram graças ao seu trabalho e esforço próprios, sem depender do Estado, ou melhor, apesar de todas as dificuldades criadas por ele. Isso justifica, em parte, o grande número de liberais que por aqui há.

Mais recentemente, com a criação de grupos liberais pelo Brasil, ainda graças à “internet” livre (e que assim permaneça!), muitos de nós passamos a trocar idéias e a nos encontrarmos pessoal ou virtualmente para tertúlias e colóquios cujo assunto sempre terminava em: como poderíamos contribuir para a mudança radical, para melhor, dos rumos do país?

Mas isso não bastava. Apenas uma pequena confraria entre iguais não seria capaz de alterar a maré. Mato Grosso tem uma fortíssima vocação, recentemente aflorada à pele, para o agronegócio em seu melhor. É necessário que as idéias de liberdade econômica, assim como as demais liberdades, cheguem de maneira mais clara e direta a todas as pessoas, não apenas aos produtores do “agribusiness”.

Como demonstrar, além dos que já provaram isso pela própria experiência, a maneira que o livre mercado pode beneficiar a todos? Como mostrar que quanto menor a intervenção estatal maior será a liberdade de empreender e, destarte, maiores serão os benefícios a todos os que se esforçam para uma vida melhor? Quem se beneficiaria com este livre mercado tão demonizado por décadas no Brasil? O primeiro passo são as idéias, as idéias e somente elas para iluminar esta escuridão (como diria Ludwig von Mises).

Neste contexto, um pequeno grupo de pessoas se reuniu e decidiu que seria um bom começo trazer para Cuiabá algumas palestras com pessoas de alto conhecimento, renome nacional e que demonstrassem o viés prático do livre mercado. Neste momento, claro, especialmente as questões basilares – mas fundamentais.

Surgiu outra questão quando solucionamos a primeira: mas nós, individualmente, vamos promover as palestras? Por que não unirmos nossos esforços e criarmos algo com maior alcance, menos personalista e mais profissional? Eis que surge, assim, em abril de 2015 o Instituto Caminho da Liberdade, sem qualquer vínculo político-partidário e sem fins lucrativos, fruto do ânimo de um pequeno grupo ao qual agora já se soma uma significativa gama de colaboradores espontâneos.

Nossa intenção é, sobretudo, espargir os ideais de Liberdade, em especial de liberdade econômica e princípios de não-intervenção do Estado, e, com isso, fazer um contraponto às noções incrustradas no ideário difuso da população de que o Estado é a solução para todos os seus problemas; não, ele não é a solução, ele é o problema! E é justamente isto que pretendemos demonstrar.

Por agora, se pudermos fomentar minimamente em cada pessoa que tenha contato o material da nossa página e nossos eventos o anseio pela Liberdade, estaremos felizes.

Queremos somar nossos esforços aos de tantos outros grupos liberais existentes em todo o país e alterar este ”status quo” que mantém a população refém de um Estado grande demais, ineficiente demais, caro demais e, sobretudo, que nos cobra um preço muito alto para existir às nossas custas.

Como disse Frederic Bastiat já no século XIX: “O estado é a grande ficção da qual todo mundo se esforça para viver às custas de todo mundo. ”

Por isso nós decidimos nos juntar para propagar idéias que sejam capazes de reverter esta espiral estatizante, paternalista, corporativista, burocrática e assistencialista de um Estado-Babá que nos trata como incapazes e, com o subterfúgio de querer nos defender de nós mesmos, cria outros tantos problemas ainda mais graves... sem falar que, para isso, com seus poderosos tentáculos oficiais, nos arrebata à força o que temos nos bolsos através de impostos escorchantes.

Neste momento cabe recordar um ilustre cuiabano, liberal tardio, é verdade, mas que foi arguto, mordaz e implacável com as sanhas coletivistas e estatizantes de qualquer matiz: Roberto Campos. Ele foi um dos primeiros expoentes no Brasil a defender a economia de mercado, em muitos momentos sendo a única voz dissonante entre tantos intelectuais nacionais. Era a voz solitária da liberdade econômica.

Ele tinha razão: estava certo quando teve todos contra ele, como o próprio definiu.

Hoje o nosso Bobby Fields (alcunha inicialmente pejorativa a ele atribuída pela esquerda antiamericana tupiniquim) é fonte de inspiração para todos os liberais brasileiros, sobretudo aos que nasceram em Mato Grosso ou aqui decidiram viver, em quem ele gera também um especial sentimento de orgulho.

Por isso nada mais oportuno que relembrar uma célebre frase de nosso querido Bobby Fields e que é muito pertinente para o atual cenário nacional: “No Brasil, empresa privada é aquela que é controlada pelo governo, e empresa pública é aquela que ninguém controla”.

Muito prazer, nós somos o Instituto Caminho da Liberdade.

Fernando Henrique Cesar Leitão - Paulistano radicado em Cuiabá, graduado em Direito pela Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT, especialista em Direito Ambiental e Urbanístico pela Fundação Escola Superior do Ministério Público - FESMP, advogado militante no Direito Ambiental e Agrário, professor universitário e membro do Instituto Caminho da Liberdade.
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