Imprimir

Notícias / Criminal

Empresário confirma esquema de notas frias a Riva e aponta suposto envolvimento de mais 3 ou 4 deputados

Da Redação - Patrícia Neves / Da Reportagem Local - Paulo Victor Fanaia Teixeira

O empresário e contador Hilton Carlos da Costa Campos afirmou durante oitiva realizada nesta tarde, 24, que ‘indiretamente’ participou da ação denunciada pelo Ministério Público Estadual (MPE) que apura fraudes na destinação de verbas de suprimento da Assembleia Legislativa de Mato Grosso.

Afirmou que entre os anos de 2011 e 2014, mensalmente, sete notas fiscais lhe eram solicitadas por José Riva para ‘justificar’ uso da verba de suprimento do gabinete da presidência, enquanto os demais  apenas um. Em depoimento à juíza Selma Arruda, da 7ª Vara Criminal, colocou ainda sob suspeita outros parlamentares, mas não citou nomes.

Leia Mais:
Deputado confirma uso de verbas para “assistencialismo” ilegal e nomeia Riva como criador de mecanismo

Ele afirmou ainda que 10% dos valores das notas que eram "oferecidas" a José Riva era destinado a ele, como parte no esquema. Ele confessou ainda ter ajudado a abrir quatro "empresas" – papelaria e informática, para que fossem empregadas no esquema sem a participaçaõ de processos licitatórios.

Aos promotores, Hilton confirmou que, ao total, recebeu 3% do valor total líquido desviado no esquema desbaratado pela "Célula Mãe" e calculou, por alto, que foi "beneficiário" de cerca de R$ 80 mil.

Afirmou que competia ao servidor do gabinete de Riva, Vinicius Prado Silveira, a definição quanto aos valores a serem descritos nas notas. Ao longo de 2011 e 2014, ele emitiu mais de 600 notas para AL. Admite ainda que  chegou a emitir notas para fornecimentos de tonner's, cartucho para impressora e materiais para papelaria, sem nunca ter participado de um processo licitatório. 

Durante a oitiva, Hilton chegou a dizer que, durante depoimento ao MPE, pontuou nomes de outros parlamentares, supostamente envolvidos no esquema como destinatários de notas frias. Questionado durante a oitiva, não fez referências aos mesmos, uma vez que, explicou, o MPE está em fase de investigações e que uma nova operação deverá ser deflagrada  pelo Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em breve. “Outros três ou quatro envolvidos”, mas admite que o número pode ser maior, pois não se recorda exatamente de todos os beneficiários. 

O esquema - De  acordo com a denúncia, Riva, figura como principal articulador do conchavo que teria lesado os cofres públicos em cerca de R$2,6 milhões, entre 2010 e 2014, desviando as extintas “verbas de suprimento de fundos”, destinadas, na época, para pequenos gastos mensais de cada gabinete, com valores entre R$ 4 mil e R$ 8 mil.
Imprimir