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Quarta-feira, 24 de abril de 2024

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Onipresente

Justiça bloqueia R$ 1,1 milhão de médico acusado de trabalhar em dois Estados ao mesmo tempo

Foto: Reprodução/Ilustração

Justiça bloqueia R$ 1,1 milhão de médico acusado de trabalhar em dois Estados ao mesmo tempo
O médico investigado pela Polícia Federal na 'Operação Onipresente', deflagrada nesta quarta-feira (13), teria trabalhado em uma cidade mato-grossense e também em um município de Rondônia, distante 1.113 quilômetros, ao mesmo tempo. As investigações apontam que R$ 780 mil foram pagos de forma indevida ao acusado pela prefeitura de Salto do Céu (348 quilômetros de Cuiabá). Ele foi afastado das funções e a Justiça determinou sequestro de bens móveis e imóveis e bloqueio de valores do investigado até o limite de R$ 1,1 milhão.

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As investigações indicam que de 2014 a 2017 um médico teria recebido salários vultosos da prefeitura de Salto do Céu. Informações do governo de Rondônia apontam que o mesmo profissional, no período de março de 2014 a março de 2016, trabalhou na Delegacia Regional da Polícia Civil em Ariquemes/RO, cumprindo 40 horas semanais.

A cidade rondoniense está localizada a 1.113 km de Salto do Céu, o que tornava impossível a prestação do serviço nos dois locais.

Diante dos fatos, concluiu-se que os cerca de R$ 780 mil pagos ao médico pela prefeitura foram indevidos, devendo ser restituídos aos cofres públicos. As diligências ainda mostram que o profissional recebeu mais de R$ 1 milhão em contratos com o município.

Em razão disso, atendendo a um pedido da PF, a Justiça Federal em Cáceres determinou o sequestro de bens móveis e imóveis e bloqueio de valores do investigado até o limite de R$ 1,1 milhão para garantir o ressarcimento ao poder público.

O profissional foi afastado das funções que continuava exercendo até a presente data. Outros servidores públicos também são investigados por permitirem a suposta prática ilegal.

Onipresente

A Polícia Federal deflagrou a 'Operação Onipresente', na manhã desta quarta-feira (13), com o objetivo de apreender provas relacionadas à contratação ilegal de um médico em Salto do Céu (348 quilômetros de Cuiabá). Esta é a segunda fase das investigações que visam combater desvios de recursos públicos federais no município. 

Três mandados de busca e apreensão foram expedidos pelo juiz federal Rodrigo Bahia Accioly Lins, da 1ª Vara da Justiça Federal de Cáceres/MT, e estão sendo cumpridos em operação conjunta com a Controladoria-Geral da União (CGU). A PF faz buscas em uma residência, um consultório médico e uma secretaria municipal em Salto do Céu.

O nome da operação é uma referência a seres dotados de poder especial, que detêm o poder de estarem presentes ao mesmo tempo em diferentes locais.

Operação Trapaça

No dia 26 de fevereiro, a Polícia Federal cumpriu 13 mandados de busca e apreensão em órgãos públicos, empresas e residências de quatro cidades em Mato Grosso. As ações fizeram parte da 'Operação Trapaça', que tem o objetivo de combater fraudes a licitações e desvio de recursos públicos. Em alguns meses de atuação, uma suposta empresa de fachada já teria lucrado mais de R$ 2 milhões. O prefeito de Salto do Céu, Wemerson Adão Prata (PP), foi um dos alvos.

As ordens foram cumpridas em Salto do Céu, Cáceres, Curvelândia e Nova Lacerda. Todos estes municípios mato-grossenses.

A operação, que iniciou a partir de encaminhamento de documentos da Controladoria Geral da União (CGU),  visa angariar mais provas relacionadas aos crimes de fraude a licitações e desvio de recursos públicos praticados por suposta organização criminosa atuante no município de Salto do Céu e outros da região. 

Uma das supostas fraudes constatadas durante as investigações foi a identificação de uma empresa fantasma criada em nome de "laranja" para participar, em conluio com outras empresas de pequeno porte, de processos licitatórios realizados pela prefeitura de Salto do Céu.

Em poucos meses de atuação a empresa de fachada já ganhou mais de R$ 2 milhões em contratos de licitações possivelmente fraudadas, enquanto foi identificado que o seu sócio principal possuía um salário de apenas R$ 1,2 mil como tratorista.
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