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Quarta-feira, 24 de abril de 2024

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TORTURADO EM TREINAMENTO

Juiz marca audiência para selecionar militares que julgarão caso de soldado morto em treinamento do Manso

Foto: Reprodução

Juiz marca audiência para selecionar militares que julgarão caso de soldado morto em treinamento do Manso
O juiz Wladymir Perri, da 11ª Vara Criminal Especializada Justiça Militar, agendou para o próximo dia 20 de março uma audiência de sorteio para selecionar os coronéis da Polícia Militar que atuarão no julgamento dos militares envolvidos na morte do soldado alagoano Abinoão Soares de Oliveira, falecido em 2010 durante treinamento da PM no Lago de Manso. O magistrado intimou os réus a comparecerem na audiência.
 
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A tragédia ocorreu no dia 24 de abril de 2010. Quatro militares passaram mal, mas o policial militar Abinão Sorares de Oliveira não resistiu ao mal súbito e morreu durante o treinamento do 4º Curso de Tripulantes Operacionais Multimissão (TOM-M), realizado na Terra Selvagem Golf Club, na estrada de acesso ao Lago do Manso, em Chapada dos Guimarães.

O evento foi organizado pelo Centro Integrado de Operações Áreas (CIOPAER). Abinoão sofreu um mal súbito, chegou a receber atendimento de primeiros socorros, mas morreu no local.
 
O treinamento estava sendo ministrado pelos tenentes Carlos Evane Augusto e Dulcézio Barros de Oliveira, oficiais do Batalhão de Operações Especiais de Mato Grosso (BOPE-MT). A vítima era policial militar no estado de Alagoas, sendo convocado pela Força Nacional de Segurança Pública (União Federal) a fazer parte do treinamento organizado pelo Estado de Mato Grosso.
 
O magistrado verificou que um dos réus, apesar de ser do mesmo posto de hierarquia de alguns dos juízes militares, possuía registro de maior antiguidade. Considerando que os integrantes do Conselho Especial deverão ter posto superior ao do acusado, ou se do mesmo posto de maior antiguidade, o juiz designou a audiência para sorteio dos militares que se enquadram na exigência.
 
Perri também solicitou a lista dos coronéis mais antigos da Polícia Militar. Ele ainda intimou 26 militares réus a comparecerem à audiência no próximo dia 20 de março.
 
Tortura
 
Em 2011, o MPE ofereceu denúncia contra 29 policiais militares e pediu a prisão preventiva de sete deles por conta do treinamento realizado em 24 de abril de 2010.
 
O promotor Vinicius Gahyva Martins ressaltou que foram pedidas as prisões preventivas por conta da manutenção da ordem pública e conveniência da instrução criminal, pois, os oficiais que possuem patentes elevadas, poderiam interferir no andamento dos tramites processuais.
 
Os envolvidos respondem pelos crimes de tortura seguida de morte e tortura qualificada. Isso porque além de Abinoão, mais soldados foram vítimas dessa prática, no entanto apenas ele acabou morrendo durante os treinamentos. O promotor declarou à época que o número de torturados chegou a 19 e que as torturas foram detectadas em pelo menos 25 situações diferentes ao longo do curso.
 
“A investigação não foi só no momento da morte do soldado. Nós levamos em conta os três dias de curso anteriores ao fato. As vítimas de tortura eram escolhidas previamente pelos agressores”, explicou o promotor.
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