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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Juiz adia análise de pedido para retirar tornozeleiras de coronéis da PM envolvidos em 'grampos'

Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

Juiz adia análise de pedido para retirar tornozeleiras de coronéis da PM envolvidos em 'grampos'
O juiz Marcos Faleiros, da 11ª Vara Militar, adiou a apreciação dos pedidos dos advogados dos coronéis da Polícia Militar, Evandro Lesco e Ronelson Barros, para que fossem retiradas as medidas cautelares impostas a eles, após prisão por envolvimento no esquema de grampos ilegais no Estado de Mato Grosso. Com isso, Lesco e Barros permanecem utilizando tornozeleira eletrônica.
 
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O pedido foi realizado durante audiência na última semana para discutir a manutenção, ou não, da prisão do cabo da PM Gerson Corrêa, também envolvido no esquema de grampos ilegais, após ele descumprir uma medida cautelar imposta a ele e ir à casa noturna Malcom Pub, no dia 30 de agosto.

Durante a sessão o juiz Marcos Faleiros determinou que o julgamento do caso 'Grampolândia' ocorra nas datas de 20, 21 e 22 de março, às 8h.

Na mesma audiência a defesa do coronel Lesco e a defesa do coronel Barros fizeram um pedido para que fossem retiradas as medidas cautelares impostas a eles. O advogado Nilson Portela, que faz a defesa de Lesco, pediu especialmente a retirada da tornozeleira eletrônica.

“Considerando que o coronel utiliza tornozeleira, está segregado, e levando em consideração a informação de que o julgamento está pautado a defesa entende que não se faz mais necessárias as cautelares, nesse sentido a defesa requer que retirem as cautelares ou pelo menos a tornozeleira”.

A defesa do coronel Barros fez o mesmo pedido, reforçando que o militar já cumpre as medidas há um ano e cinco meses e alegando que a fase de investigação já foi concluída e que não convém que ele aguarde os próximos meses até o julgamento utilizando a tornozeleira.

O promotor Alan do Ó, que fez a denúncia do caso da “Grampolândia”, ao analisar os pedidos, entendeu que não merecem ser acolhidos.

"Ao longo destes 18 anos {de carreira} este é um dos processos que mais trabalho me deu e  rendeu até uns cabelos brancos antecipados.  Apesar de minha alegações finais propugnarem pela absolvição do coronel Barros, a justiça pode não acolher, é por esta razão que isso não torna impossibilitada a manutenção das medidas cautelares. Apesar da instrução estar finda ainda está marcado o julgamento e entendi pela necessidade das medidas cautelares", declarou.

O juiz Marcos Faleiros, então, decidiu adiar a apreciação dos pedidos para o próximo dia 14 de dezembro. Sendo assim, os coronéis Lesco e Barros permanecem utilizando tornozeleira eletrônica.

O caso
 
A operação responsável por revelar o esquema de interceptações ilegais na PM chama-se "Esdras" e foi desencadeada em 27 de setembro de 2017, com base no depoimento prestado pelo tenente coronel da Policia Militar José Henrique Costa Soares, revelou um verdadeiro esquema criminoso para frear as investigações sobre interceptações ilegais e afastar o desembargador.
 
Conforme os autos, em depoimentos prestados por Soares, “descortinou-se um sórdido e inescrupuloso plano” no intuito de interferir nas investigações policiais e macular a reputação do desembargador Orlando Perri em todos os inquéritos instaurados.
 
Segundo o processo, Costa Soares foi convocado para atuar como escrivão no inquérito do caso grampos. Logo da convocação, a suposta organização criminosa teria buscado sua cooptação.
 
Seria tarefa do tenente coronel a juntada de informações sobre Perri para provocar a suspeição do magistrado.
 
Reportagem do programa "Fantástico", da Rede Globo, revelou na noite de 14 de maio que a Polícia Militar em Mato Grosso “grampeou” de maneira irregular uma lista de pessoas que não eram investigadas por crime.
 
Segundo a denúncia do MPE, foi Gerson quem fez à Justiça os pedidos de autorização para interceptação de números de telefones de políticos, advogados e jornalistas, grampeados no esquema.  A prática de gravação telefônica clandestina, de pessoas que não são acusadas de crime, é conhecida como “barriga de aluguel”. Acusado de ser o operador do esquema, o cabo Gerson, também ficou encarcerado por nove meses.
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