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Quinta-feira, 18 de abril de 2024

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ARCA DE NOÉ

​Bosaipo é condenado a 28 anos por lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

​Bosaipo é condenado a 28 anos por lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos
O juiz Jorge Luiz Tadeu Rodrigues, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, julgou procedente o pedido do Ministério Público com o fim de condenar o ex-deputado Humberto Bosaipo a 28 anos e 10 meses de prisão em regime fechado, pelos crimes de lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos enquanto atuou na Assembleia Legislativa nos cargos de presidente e primeiro-secretário. A defesa de Bosaipo tentava suspender os processos contra ele, que foram julgados pela então juíza Selma Arruda. Ela teria sido acusada de ser imparcial.
 
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Bosaipo havia ingressado com pedido de exceção de suspeição, afim de suspender os processos contra ele julgados por Selma, após acusações de que a juíza teria agido de forma imparcial, pois supostamente teria dado prioridade a casos midiáticos, como o de Bosaipo.

Em março deste ano a Justiça suspendeu quatro ações contra Bosaipo, para que as denúncias fossem apuradas.

O juiz Jorge Luiz Tadeu explicou que a exceção de suspeição é dirigida ao magistrado que tem sua imparcialidade questionada, mas que Selma não jurisdiciona no caso, já que está aposentada, portanto se exaure o objeto do pedido.

“De mais a mais, ratifico todos os atos praticados pela magistrada anterior, posto que, ao analisar os autos em cognição exauriente, em nenhum momento detectei qualquer irregularidade na sua atuação”.

O magistrado então, em uma decisão deste segunda-feira (22), julgou procedente o pedido do Ministério Público com o fim de condenar Humberto Bosaipo a 28 anos e dez meses de prisão em regime fechado, e pagamento de 200 dias-multa, fixado o valor do dia-multa em um salário mínimo. Os crimes cometidos pelo ex-deputado foram investigados na “Operação Arca de Noé”.

A operação foi deflagrada em 2002 pela Polícia Federal em conjunto com outros órgãos de investigação para desmantelar o crime organizado em Mato Grosso chefiado na ocasião pelo bicheiro e agiota João Arcanjo Ribeiro.

Um dos réus, o ex-deputado José Geraldo Riva, que foi presidente e 1º secretário da Assembleia Legislativa à época dos fatos, teria autorizado a emissão de cheques para empresas fantasmas, os quais foram descontados nas factorings de João Arcanjo e assim quitar dívidas de campanha eleitoral e desviar dinheiro público.
 
Ao todo, 80 ações penais foram instauradas pelo MP, tendo Humberto Bosaipo como um dos investigados. Ele ainda pode aguardar em liberdade o julgamento em segundo grau, de acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF).
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