Olhar Jurídico

Quinta-feira, 28 de março de 2024

Notícias | Eleitoral

delação premiada

Rei da soja e outros quatro eram 'simpatizantes' de esquema de caixa 2 de Taques, diz delator

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

Rei da soja e outros quatro eram 'simpatizantes' de esquema de caixa 2 de Taques, diz delator
Considerado o ‘rei da soja’, Eraí Maggi era um dos ‘simpatizantes’ do suposto Caixa 2 feito para a campanha do  governador Pedro Taques em 2014, responsável por encontrar também outros empresários para a 'ajuda'. A informação foi passada Alan Ayoud Malouf em sua delação premiada, que teve seu sigilo retirado pelo Supremo Tribunal Federal nesta sexta-feira (19). Além dele, Marcelo Maluf, Erivelton Gasques, Fernando Minosso e Juliano Bortoloto também foram citados.

Leia também:
STF retira sigilo da delação de Alan Malouf sobre esquema de arrecadação na campanha de Taques

Os nomes foram citados logo no primeiro anexo da delação. Segundo Alan, ele era um ‘tesoureiro informal’ da campanha eleitoral do atual governador, e foi responsável pela obtenção de doações não contabilizadas para a campanha. Para isso, Alan fazia arregimentação de empresários, assegurando-lhes retorno após vitória do então candidato.

É neste esquema que estão envolvidos Eraí e os outros empresários citados. Chamados de ‘simpatizantes’, eles nunca assinaram ou ordenaram despesas de modo formal, ficando tais funções a cargo de Orlando Pivetta e Julio Modesto.

Os empresários ‘simpatizantes’ tinham a função, ainda, de buscar outros empresários dos setores de atuação para o suposto Caixa 2.

Alan ainda conta ter recebido de R$ 1 milhão de Eraí Maggi, por determinação do Governador Pedro Taques, para quitar parte dos valores emprestados pelo colaborador no financiamento da campanha e financiamento de Paulo Brustolin. O evento ocorreu em abril de 2016.

A denúncia
 

Em 19 de abril de 2018, foi homologado o acordo de delação premiada, firmado entre o Ministério Público Federal e Alan Ayoud Malouf, com a finalidade de obter elementos de prova contra os investigados na Operação Rêmora, conduzida pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso.

No requerimento de homologação do acordo, o Ministério Público Federal esclareceu que o relator revelou dados de um esquema de arrecadação de verbas, captadas mediante a doação de empresários, e a formação de chamado caixa dois, destinadas à campanha eleitoral de Pedro Taques ao Governo do Estado de Mato Grosso, em 2014.

Segundo asseverou, o retorno aos doadores consistiria na celebração de contratos, regulares ou não, com o Estado de Mato Grosso. O MPF também destacou a existência de vinte cadernos anexados ao acordo de colaboração premiada, nos quais está descrita a interlocução do delator com o governador e outras autoridades que detêm a prerrogativa de serem processadas no Superior e no Supremo, entre elas o deputado federal Nilson Leitão.
 
Malouf ainda apontou um esquema de desvio de recursos públicos, por meio de fraudes a licitação, no âmbito da Secretaria de Estado de Educação, Esporte e Lazer de Mato Grosso, durante a gestão do então secretário Permínio Pinto Filho.

Outro lado

Confira abaixo a íntegra da nota emitida pela assessoria do governador Pedro Taques:

Conforme já declarado desde 2016, o governador Pedro Taques nega a prática do chamado “Caixa 2” em sua campanha eleitoral ao Governo de Mato Grosso em 2014 e tampouco autorizou vantagens indevidas a qualquer empresa durante o exercício do mandato. Apesar de citado por delator em acordo de delação premiada, Taques não é réu no processo da chamada “operação Rêmora” e terá direito a ampla defesa nos autos. O governador já constituiu advogados para atuar no processo e garantir que a verdade prevaleça.
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui

Comentários no Facebook

Sitevip Internet